Marcelo Rebelo de Sousa explicou que o "primeiro contato foi dia 29. Disse logo a seguir, que esse alguém que me contatou nesse dia 29. Depois disse que tinha anotado com o senhor primeiro-ministro, que no contato feito não tinha falado do SIS. Somando um mais um dá para perceber quem contatou o presidente da República no dia 29. Ao longo deste período tive um contato oficial. Foi sempre essa identidade oficial que fez esse contato", explicou o Presidente da República.
De recordar que há uns meses o Serviço de Informações e Segurança (SIS) foi chamada a intervir na recuperação de um computador portátil do Estado. O portátil em causa esteve atribuído a Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro João Galamba, que foi demitido na sequência da polémica sobre a entrega de documentos à comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP.
Nessa altura, e em entrevista à RTP3, o primeiro-ministro António Costa garantiu que não tinha sido informado do envolvimento do SIS na recuperação do computador e que ninguém do Governo deu ordens aos serviços de informação para fazerem o que quer que fosse.
“O SIS não foi chamado a intervir. Há um roubo de um computador que tem documentação classificada, o gabinete do ministro fez o que lhe competia fazer, dar o alerta às autoridades e as autoridades agiram em conformidade. Não fui informado e não tinha de o ser, ninguém no Governo deu ordens ao SIS para fazer isto ou aquilo, o SIS agiu em função do alerta que recebeu e no quadro das suas competências legais”, disse António Costa.
Frisando que não houve qualquer ordem ao SIS, nem a partir de S. Bento, nem de qualquer membro do Governo, o primeiro-ministro acrescentou na altura que houve um comportamento que lhe parece adequado, que foi o de, “perante um roubo de um computador”, ser dado um alerta e, em função desse alerta, as autoridades atuarem.
Em conferência de imprensa dias depois, o ministro das Infraestruturas afirmou que reportou ao secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e à ministra da Justiça o roubo do computador pelo adjunto exonerado Frederico Pinheiro, tendo-lhe sido dito que deveria comunicar ao SIS e à PJ. Nas palavras de João Galamba, depois de agredir duas pessoas do seu gabinete, Frederico Pinheiro “levou um computador” que era propriedade do Estado.
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