“Esse sinal de vida [para o território afetado pelos fogos] poderia ser […] a junção de municípios aqui no Centro, para preparar a celebração do Dia de Portugal, tendo como ponto principal estes três municípios [Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos], mas abrangendo a comunidade intermunicipal”, afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República discursava na cerimónia de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, no monumento recentemente aberto, situado na localidade de Pobrais, concelho de Pedrógão Grande, junto à estrada nacional 236-1, onde morreram muitas das vítimas do fogo de junho de 2017.
Para além do envolvimento da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (à qual os três concelhos pertencem), Marcelo Rebelo de Sousa considerou que também deveriam participar municípios vizinhos, que não pertencem àquela comunidade, “mas que padecem do mesmo problema”.
O Presidente da República defendeu que o Dia de Portugal em 2024, caso seja naquele território, será “mais do que apenas um dia de celebração de Portugal”, mas um compromisso do país com a construção de um futuro, “mais coeso, territorialmente”.
“Eles e elas [vítimas e familiares das vítimas] merecem. Portugal merece. É o tal sinal de vida que esta água [que corre no monumento desenhado por Souto de Moura] nos quer transmitir”, acrescentou, defendendo que é necessário essa “palavra de esperança”, por aqueles que morreram e pelos quais “tantos e tantas ainda choram”.
Apesar de o memorial recordar as vítimas de todos os grandes incêndios de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que, “talvez, faça mais sentido ser” naquele território do que na área afetada pelos fogos de outubro do mesmo ano.
Segundo o Presidente da República, foi e tem sido “mais difícil” na zona de Pedrógão Grande a recuperação pós-fogo, do que na área coberta pelos grandes incêndios de outubro, que “renasceu, pelas oportunidades e pelas condições económicas e sociais que tinha”.
“Aqui, tem sido mais difícil”, notou.
Durante o seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda a noite de 17 para 18 de junho de 2017, em que procurou dirigir-se até ao centro de comando em Pedrógão Grande.
No centro de comando, via-se “Pedrógão Grande a arder”, enquanto caíam, de forma dispersa, algumas informações sobre o incêndio, lembrou.
“Era uma sensação de impotência”, disse, recordando os bombeiros que não conseguiam dar resposta ao que acontecia naquele dia.
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