A indigitação de Mari Alkatiri é formalizada num decreto presidencial que poderá ser assinado “ainda hoje ou o mais tardar amanhã [quinta-feira] de manhã”, disse à Lusa fonte da Presidência timorense.
A candidatura de Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), foi hoje apresentada ao chefe de Estado, num encontro com a liderança da Fretilin e do Partido Democrático (PD), momentos depois de assinarem um acordo de coligação para o Governo nos próximos cinco anos.
À saída do encontro com o chefe de Estado, Mari Alkatiri disse que vai fazer o esforço para que o Governo possa ser empossado na sexta-feira.
“O Presidente nomeia o primeiro-ministro e depois cabe ao primeiro-ministro formar Governo. Vamos fazer esforço para que a tomada de posse possa ocorrer no dia 15″, afirmou.
“O Presidente faz questão de que o comando legislativo comece dia 15 e que o Governo também comece a 15″, disse, referindo que o Governo pode não estar totalmente preenchido até essa data, mas que terá “os elementos principais”.
Apesar de, para já, o acordo ser apenas entre a Fretilin e o PD, Alkatiri garantiu que “o acordo é dinâmico” e continuará aberto a eventual participação de membros do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
“Assinámos os dois, mas as portas continuam abertas para que, mesmo com o Governo constituído, se possa criar maioria absoluta”, sublinhou.
Alkatiri disse que o afastamento do KHUNTO, até terça-feira contado como membro da coligação, se deve a “problemas internos” cujos contornos recusou divulgar.
Apesar disso, o Governo é apoiado, não apenas pela coligação, mas pelo apoio de incidência parlamentar e até de inclusão, garantindo assim “estabilidade governativa” para os próximos cinco anos, frisou Mari Alkatiri.
Mariano Sabino, presidente do PD, garantiu que o partido não apresentou qualquer exigência sobre participação no Governo, mantendo a posição firme de “viabilizar e apoiar o Estado”. “Não apresentámos qualquer exigência”, sublinhou.
Noutro âmbito, Alkatiri rejeitou o que considerou ser uma nova tentativa de causar polémica com a sua religião – é muçulmano num país de maioria católica -, assunto trazido hoje à primeira página num dos maiores jornais do país, o Timor Post.
“A minha religião é privada. Sou fundador desta nação, deste país. A minha religião não tem nada a ver. As pessoas usam a religião quando não têm argumentos políticos, razões políticas”, afirmou.
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