“Este percurso de consistência e este impulso renovado do Bloco de Esquerda têm a marca de Catarina Martins. O tempo dela como coordenadora do Bloco abriu novos caminhos, criou confiança popular, ela foi a melhor porta-voz em tempos tumultuosos e tenho a certeza que agora que decidiu terminar o seu mandato como coordenadora do Bloco, a Catarina vai continuar a marcar-nos com a sua consistência, com a sua força e nós contamos com ela para isso”, disse Mariana Mortágua na conferência de imprensa na qual apresentou a candidatura à liderança do BE.
Questionada pelos jornalistas sobre o futuro de Catarina Martins, a candidata à liderança disse não poder responder pela ainda coordenadora do partido “nas decisões da sua vida” que será preciso respeitar.
“O que posso dizer - e acho que falo em nome de todos os bloquistas - é que contamos com ela no futuro, para todas as funções do BE, para todo o trabalho que temos pela frente”, acrescentou.
Segundo a dirigente e deputada do BE, a moção que representa “tem consciência do lugar” de onde vem o partido.
“Há um ano o PS celebrava uma maioria absoluta e o BE reconhecia uma importante perda eleitoral, mas desde esse momento há duas certezas que são consolidando: a primeira certeza é que a maioria absoluta do PS não cumpre aquilo que prometeu”, condenou.
A outra certeza de Mariana Mortágua é que as razões do percurso dos bloquistas “se confirmam”.
“E hoje é com essas mesmas razões que crescemos ao lado da força das mobilizações que se levantam, de quem não se conforma com o empobrecimento e com a mentira”, enfatizou.
Catarina Martins já reagiu ao anúncio da candidatura, com palavras elogiosas a Mariana Mortágua.
“Não há quem duvide da preparação, capacidade de trabalho e competência da Mariana. Sei que agora provará ao país o que eu já conheço tão bem: a generosidade e entrega em cada um dos combates por um país mais justo. Força, Mariana Mortagua”, escreveu na sua conta oficial na rede social Twitter, texto ilustrado com uma imagem das duas bloquistas.
Em 14 de fevereiro, Catarina Martins anunciou que iria deixar a liderança do partido na próxima convenção bloquista, tendo nessa conferência de imprensa manifestado “absoluta tranquilidade” de que há pessoas “com capacidade, força e preparação” para a substituir no cargo, esperando uma convenção com “soluções de unidade no partido”.
Catarina Martins está à frente dos destinos do partido desde novembro de 2012, na altura em parceria com João Semedo, quando foram eleitos coordenadores do Bloco de Esquerda, então numa inédita liderança "bicéfala", modelo abandonado dois anos depois, na Convenção Nacional seguinte, em 2014.
Já Mariana Mortágua, que está no parlamento desde 2013 (entrando então para substituir Ana Drago), nasceu em Alvito e tem 36 anos.
Comentários