Mário Centeno, que falava à entrada para o fórum dos ministros das finanças da zona euro, no Luxemburgo, esclareceu que a Itália não está na ordem de trabalhos de hoje do Eurogrupo, mas admitiu que “todos” têm “questões sobre o processo orçamental italiano”.
“Há questões que se levantaram após sabermos a trajetória para o défice proposta pelo Governo italiano, mas não há a submissão de um documento formal, com todo o detalhe que, obviamente, estas questões necessitam para serem esclarecidas. Estou em contacto com o ministro das Finanças italiano sobre estas questões”, indicou.
O ministro das Finanças português observou que “uma avaliação completa desta questão requer conhecimento completo da informação orçamental”.
“Portanto, vamos ter de esperar. Sabemos, porque todos temos dito, que há um conjunto de princípios de gestão orçamental que devem ser seguidos por todos os países que estão na área do euro. A Itália é um importantíssimo país da área do euro, e também por essa razão, como por todas as que acabei de dizer, temos de estar atentos e seguir os desenvolvimentos em Itália quando eles se materializarem”, vincou.
O Governo italiano acordou na quinta-feira aumentar o défice para os próximos três anos até 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), como pediam os dois partidos que formam o executivo de coligação, o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, e contra os avisos do ministro da Economia, Giovanni Tria, que não queria subir o défice acima de 1,6%.
A decisão surge no chamado Documento de Economia e Finanças (DEF), que Itália publica anualmente e que apresenta o quadro macroeconómico para o país para o ano em curso e os objetivos para o triénio seguinte.
Este DEF tem ainda de ser aprovado no parlamento, onde o M5S e a Liga têm maioria.
O comissário europeu de Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, advertiu na quinta-feira que esta subida do défice está fora das regras europeias e disse querer negociar com Roma para evitar uma crise entre as duas partes.
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