“O custo da reação não é uma matéria relevante neste momento. Ela tem é de ser efetiva”, disse Mário Centeno à Lusa no Ministério das Finanças, no final de uma reunião por videoconferência do Eurogrupo, o grupo informal de ministros das Finanças da zona euro ao qual preside.

Questionado pela Lusa sobre de que forma se comparam os efeitos da crise económica causada pelo novo coronavírus à crise financeira de 2008, Centeno disse que esta é uma crise “muito diversa” e que as consequências dependem da resposta que lhe for dada.

“As consequências desta crise dependem muito da resposta que lhe dermos, e nós estamos a trabalhar nisso todos os dias desde que ela se desenvolveu”, disse o governante à Lusa.

O ministro considerou que “é muito difícil fazer estimativas” sobre as consequências da atual crise económica, mas frisou que elas “dependem mais do que nunca” da reação de todos no dia-a-dia”, em duas dimensões.

“Uma: a proteção face aos riscos de disseminação do vírus, e outra: a nossa contribuição na participação na capacidade produtiva e de reagir do país”, afirmou o também presidente do Eurogrupo.

Considerando as comparações com a crise de 2008 “muito difíceis”, Mário Centeno afirmou que hoje as instituições estão “melhor preparadas” e que o “sistema financeiro está mais capitalizado”

O governante disse ainda que os valores de cerca de 300 milhões de euros, referentes ao primeiro pacote de medidas de apoio anunciado pelo Governo, calculados para duas semanas, poderão aumentar.

“Naturalmente que se essa aplicação [das medidas] se prolongar no tempo, esse valor aumenta de forma proporcional”, assegurou.

O ministro afirmou que Portugal “construiu as condições para hoje poder reagir, do ponto de vista económico e financeiro, a esta crise”.

“Estávamos num trajeto de crescimento que agora é abruptamente interrompido por causa de um fenómeno que todos queremos e acreditamos que seja temporário”, para que seja possível “retomar a trajetória” trazida até fevereiro, prosseguiu.

Sobre a reunião do Eurogrupo, Centeno afirmou que os países não estavam “preparados” para esta crise, mas afirmou que houve um consenso de que todos os membros da zona euro farão “tudo o que for necessário” para combater a crise associada ao vírus.

“Não é uma flutuação cíclica da economia, não é um problema estrutural das nossas economias. É um choque comum, de proporções muitíssimo negativas, e que requer de todos uma ação muito determinada”, afirmou o presidente do Eurogrupo.