“Ontem [quarta-feira] foram realizados mais testes rápidos de antigénio do que na véspera de Natal, pela primeira vez no nosso país, o que significa que está a haver um efetivo aproveitamento daquilo que muitas vezes nos foi sugerido como o mercado de testagem, como as várias potencialidades que existem e testes mais baratos também, porque a realidade que hoje temos não é a mesma que tínhamos há um ano”, avançou hoje Marta Temido.
A ministra falava no debate sobre política geral com o primeiro-ministro, que decorre hoje na Assembleia da República, em resposta ao deputado liberal João Cotrim de Figueiredo, que tinha defendido a importância de uma articulação do plano de desconfinamento, com os planos de testagem, rastreio e vacinação.
Marta Temido argumentou que “a verdade é que o plano de desconfinamento já reflete essas três dimensões, como aliás foi bastante sublinhado pelos nossos peritos”, garantindo que todos os dias é acompanhada “a taxa de positividade”, o “número de internamentos em cuidados intensivos e enfermaria, “os inquéritos epidemiológicos” e “os resultados dos testes libertados pelos laboratórios privados”.
“Estamos a trabalhar num modelo que permita que também que esses indicadores sejam publicitados de forma a que toda a população tenha conhecimento dos mesmos”, acrescentou.
Temido destacou ainda que “há um ano tínhamos um laboratório nacional de referência , hoje temos 145 sítios onde podemos fazer testes e temos o mercado também a começar a oferecê-los”.
Quanto à vacinação, a ministra insistiu que o Governo está dependente de fatores externos: “temos que ter a humildade e a prudência de dizer que há muito que nós ainda não sabemos por completo relativamente às vacinas e à duração da sua imunidade e a um conjunto de outros aspetos”.
Marta Temido vincou ainda que o executivo tem continuado a investir também no aspeto da comunicação e das “ciências comportamentais”.
“E vale a pena também sublinhar que Portugal pode ser um bom exemplo para isto tudo porque a União Europeia se prepara agora para lançar através do ECDC [Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças] um modelo de desconfinamento e nós já temos um”, rematou.
Desde o dia 13 de março que as farmácias e os locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica passaram a vender ao público testes rápidos de antigénio para deteção do SARS-CoV-2.
Uma portaria do Ministério da Saúde estabeleceu um “regime excecional e temporário”, com duração de seis meses, “para a realização, em autoteste, de testes rápidos de antigénio, destinados, pelos seus fabricantes, a serem realizados em amostras da área nasal anterior interna”.
A medida excecional enquadra-se na Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2, com o intuito de “intensificar os rastreios laboratoriais regulares para deteção precoce de casos de infeção como meio de controlo das cadeias de transmissão, designadamente no contexto da reabertura gradual e sustentada de determinados setores de atividade, estabelecimentos e serviços”.
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