O vogal da Comissão Política Nacional, que concorreu à Câmara Municipal da Figueira da Foz, apresentou hoje a sua candidatura à liderança do partido, que será disputada no 29.º Congresso do CDS-PP, em 2 e 3 de abril, em Guimarães (distrito de Braga).
Na apresentação, que decorreu na sede nacional, em Lisboa, e contou com cerca de 30 pessoas a assistir, Miguel Mattos Chaves afirmou que, se for eleito presidente, vai trabalhar "afincadamente para que daqui a quatro anos o CDS volte a ter representação na Assembleia da República".
E admite que será um desafio, depois de traçar o diagnóstico: "A fase que o CDS atravessa atualmente resulta de vários erros próprios, sobretudo desde 2011, dentro dos quais destaco a falta de clareza, de coerência discursiva entre a teoria política e as propostas concretas, bem como falta de comunicação de ideias claras que conquistem o nosso eleitorado".
Para regressar ao parlamento, o candidato quer "reconquistar" o voto dos abstencionistas mas também dos eleitores que votaram no PSD, Iniciativa Liberal ou Chega.
Outro dos desafios do seu mandato, caso seja eleito, será "recuperar as finanças do partido" e para tal já tem "em marcha" um "plano de recuperação".
Isso que passa por "restruturar o passivo financeiro do partido que a anterior direção, de Assunção Cristas e Nuno Melo", deixou, de "um milhão e duzentos mil euros de dívidas a fornecedores e à banca, que é preciso resolver".
Questionado sobre prazos, o candidato apontou que "a meta" para resolução do passivo e equilibrar a situação financeira do CDS-PP "é três anos e meio, mas ao fim de dois anos e meio já teremos recuperado junto dos fornecedores e da banca o crédito necessário" para financiar as próximas campanhas eleitorais.
Para ajudar, o centrista indicou que não receberá "qualquer salário do partido" e apontou que será necessário "reorganizar a estrutura de pessoal" da sede nacional do CDS-PP, mantendo "as pessoas que sejam necessárias, porque isto aqui não é o Inatel".
Miguel Mattos Chaves quer que o CDS-PP seja "o defensor" dos contribuintes, dos pensionistas ou dos agricultores, além da "família natural e antropológica", e defendeu que "ter-se-á de arranjar uma nova denominação" para uniões entre casais do mesmo sexo que não casamento.
Questionado pelos jornalistas, o candidato recusou um entendimento com Nuno Melo, seu opositor na corrida à liderança, e disse que não se interessa "minimamente com o que propõe ou deixa de propor" o eurodeputado.
Durante a sua intervenção, o dirigente endereçou várias críticas a Nuno Melo, apontando que cometeu "um pecado mortal" porque "passou dois anos atacar o partido". E criticou que, embora o partido tenha representação no Parlamento Europeu, sendo Nuno Melo o único eleito, "pouco ou nada" faz.
Sobre a desfiliação dos antigos dirigentes António Pires de Lima e Adolfo Mesquita Nunes, afirmou que "já deviam ter saído há muitos anos, aliás, não deviam ter entrado" porque, na sua opinião, "são pessoas estimáveis, não têm é a mentalidade, nem os valores nem as referências do CDS".
Miguel Mattos Chaves, que se apresenta ao congresso com a moção de estratégia global "O Futuro para o CDS - Partido Popular", já foi candidato à liderança do partido em 2005 e apresentou moções por várias vezes.
Além de Mattos Chaves, também o eurodeputado se apresentou como candidato à liderança do CDS. O vogal da comissão política Nuno Correia da Silva e o militante Bruno Costa também admitiram uma candidatura caso a respetiva moção seja a vencedora.
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