Árvores caídas para a estrada, ramos por toda a parte, detritos, caixotes do lixo tombados, carros com vidros partidos e vias no centro da cidade ainda cortadas ao trânsito são alguns dos sinais da tempestade, enquanto funcionários da proteção civil e da Câmara Municipal procuram garantir uma rápida retoma à normalidade.
No Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, ainda se fazem contas aos danos provocados pelo furacão, registando-se estragos em muros e gradeamentos, muitas árvores desbastadas pelo vento e algumas que caíram, nomeadamente uma araucária centenária, contou à agência Lusa o diretor do espaço, António Gouveia.
Segundo o responsável, já tinha sido decidido encerrar o espaço este domingo, por precaução, sendo que deverá continuar fechado nos próximos dias para a avaliação dos estragos e remoção da matéria vegetal caída pelo Botânico.
"Agora, é limpar para voltar a pôr o jardim bonito", vincou.
Também em edifícios antigos da Universidade de Coimbra a passagem da tempestade deixou as suas marcas.
"Há janelas que abriram e há várias com vidros partidos. Também há telhados com falhas. Parece que se andou aos tiros nas telhas", conta à agência Lusa o vice-reitor da Universidade de Coimbra Vítor Murtinho.
De acordo com o próprio, os estragos são mais visíveis no Colégio das Artes e no Colégio de São Jerónimo, sendo que não foram detetados estragos dignos de registo no Paço das Escolas (onde se situa a Sala dos Capelos e a Biblioteca Joanina).
Vítor Murtinho referiu que agora estão a ser sinalizados todos os estragos para se minimizar os danos, especialmente provocados por falhas de telhas e vidros partidos, para garantir que não entra água nos edifícios.
Junto ao Exploratório de Coimbra, enquanto se procura regressar à normalidade neste domingo de manhã, com pessoas a fazer canoagem no Mondego e outras a correr junto ao Parque Verde, caravanistas falam de uma noite complicada.
Cristine Bertihier, turista francesa, estava a sair de um concerto de fado no centro da cidade a caminho da caravana quando sentiu os ventos fortes da tempestade.
"Dávamos um passo em frente e dois para trás. Foi muito difícil chegar à caravana", referiu, criticando o facto de ninguém a ter avisado da tempestade.
No parque de caravanas, muitos acabaram por mudar de lugar, afastando-se das árvores.
Manuel Ferreira, de Viseu, ainda pensou que a sua caravana desse "uma cambalhota".
"Tive que a puxar para a frente. Ainda pensei que ia dar uns trambolhões. Diziam que era na costa, mas aqui foi o diabo", sublinhou.
Já Robert Jones, de Inglaterra, estava na Figueira da Foz quando a polícia pediu aos caravanistas no Parque de Campismo para saírem da zona da costa.
Foi até Coimbra, na expectativa de se afastar da tempestade, mas acabou por sentir os fortes ventos junto ao Exploratório.
"Foi duro", resumiu o turista inglês.
Comentários