Numa nota publicada na sua página oficial, a Marinha alerta que “está previsto um agravamento excecional das condições meteorológicas e do estado do mar para Portugal continental e para o sector Norte da região de busca e salvamento de Santa Maria, nos Açores, no período compreendido entre a tarde de 19 de dezembro e a manhã de 22 de dezembro”.
A ondulação pode atingir uma altura significativa de 11 metros e “períodos médios entre os 12 e os 15 segundos” e o vento deverá registar velocidades superiores a 75 quilómetros por hora e rajadas acima dos 100 quilómetros por hora.
“É expectável que neste período ocorram aguaceiros fortes com precipitação superior a 04 milímetros por hora. Assim, a Marinha e a Autoridade Marítima Nacional reforçam a recomendação, em especial à comunidade piscatória e da náutica de recreio que se encontra no mar, o eventual regresso ao porto de abrigo mais próximo e a adoção de medidas de precaução. Recomenda-se o reforço da amarração e vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas, bem como evitar passeios junto ao mar, de onde se destacam os molhes das entradas das barras e zonas nas praias junto à água”, lê-se na nota.
A Marinha recomenda “um estado de vigilância permanente” e acompanhamento das informações meteorológicas e avisos à navegação e outros aspetos como as condições de acesso aos portos, pedindo que se evite sair para o mar até à melhoria das condições.
“À população em geral que frequente as zonas costeiras, aconselha-se que se abstenham da prática de passeios junto à costa e nas praias, bem como da prática de atividades lúdicas nas zonas expostas à agitação marítima, sendo essencial que assumam uma postura preventiva não se expondo desnecessariamente ao risco”, refere a nota, acrescentando que em caso de ”absoluta necessidade” de deslocação até à orla costeira é preciso “ter sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”.
A Marinha aconselha ainda “cautela” a pescadores lúdicos de pesca à cana, pedindo que evitem pescar junto a falésias e zonas de arriba atingidas pela rebentação das ondas.
O continente português vai ser afetado a partir da tarde de hoje e até sábado por chuvas e ventos fortes, sendo quinta-feira o “dia mais gravoso”, disse hoje fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Foram emitidos avisos amarelos (o terceiro mais grave) para todo o território do continente, tendo em conta a precipitação e a agitação marítima esperadas.
Para as regiões Norte e Centro estão emitidos avisos laranja (o segundo mais grave), que serão atualizados consoante o estado do tempo o exija.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emitiu hoje um aviso à população por causa do agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.
No aviso à população, a Proteção Civil alerta para a possibilidade de "inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", e "inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis".
Avisa ainda que, tendo em conta as previsões do IPMA, há a possibilidade de inundações de "estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem" e de formação de lençóis de água na estrada, além da queda de ramos de árvores, danos em estruturas montadas ou suspensas.
O mau tempo que está já a afetar os Açores, devido à passagem da depressão Elsa, originou hoje de madrugada um total de seis ocorrências, metade das quais quedas de árvores, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
As condições meteorológicas levaram também ao cancelamento de alguns voos da SATA entre ilhas no arquipélago dos Açores e um de ligação ao continente, segundo o porta-voz da transportadora aérea.
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