Numa conferência de imprensa realizada hoje na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional, André Fernandes, salientou que, depois de ter sido acionado em Santarém o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível amarelo, também na bacia do rio Douro foi acionado o plano de cheias para o nível amarelo.
Além destes dois rios, André Fernandes destacou que se mantém os alertas e os avisos já efetuados para diversas bacias hidrográficas devido às previsões de chuva forte e persistente durante a tarde, nomeadamente dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Vouga, no Norte, além das bacias do Mondego e do Liz, no Centro.
Também se mantém os avisos para a ribeira do Livramento, na bacia do Sado, no distrito de Setúbal, e para o rio Degebe, na bacia hidrográfica do Guadiana, em Évora.
Com o agravamento previsto da situação meteorológica, também as ribeiras do Algarve podem ser afetadas, disse.
Em relação ao Tejo, André Fernandes destacou preocupação com as ribeiras do Oeste e com o rio Sorraia.
Anteriormente, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém tinha anunciado que a Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém acionou o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível amarelo, devido ao “aumento considerável dos níveis hidrométricos e caudais do rio Tejo, especialmente nos provenientes de Espanha”.
O CDOS de Santarém referiu que, desde as 00:00 de hoje, os caudais estão acima dos 2.000 metros cúbicos por segundo (3.000 em Almourol), havendo risco “muito significativo” de galgamento das margens do Tejo.
A Proteção Civil colocou hoje em nível laranja (o segundo mais grave de uma escala de quarto) todos os distritos de Portugal Continental, à exceção de Bragança, devido ao mau tempo, e voltou a pedir à população para restringir as deslocações.
O comandante nacional adiantou que, entre hoje e a madrugada de quarta-feira, vai continuar a precipitação forte, havendo condições favoráveis à ocorrência de trovoada, estando também previsto a ocorrência de fenómenos com “alguma complexidade ou fenómenos extremos de vento”, bem como agitação marítima.
O responsável disse também que foram emitidos novos avisos à população e recomendações de autoproteção.
A Proteção Civil registou desde as 00:00 e até às 12:00 de hoje 1.463 ocorrências, tendo a maioria ocorrido no distrito de Lisboa (848), relacionadas com inundações, quedas de árvores e deslizamentos de terras.
A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou também alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.
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