“Desde as 18:00 de ontem [terça-feira], altura em que entrou em vigor o estado de alerta especial azul [grau de risco moderado, o menos grave numa escala de quatro, em que o mais elevado é o vermelho], até hoje às 15:30, foram registadas 373 ocorrências associadas ao estado do tempo”, disse Miguel Oliveira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Em declarações à agência Lusa, o responsável da Proteção Civil referiu que, entre o total de ocorrências, estão 142 situações de queda de árvores, 125 inundações e 29 quedas de estruturas como “sistemas movíveis, placares”, que não têm a ver com habitações.

“Não há registo de feridos, nem danos significativos”, indicou, acrescentando que as ocorrências podem ter provocado cortes de estradas, mas foram situações “momentâneas”, sem registo de nenhuma grande infraestrutura rodoviária cortada ao trânsito.

Os distritos mais afetados foram Braga, com 63 ocorrências, e Porto, com 59, segundo o balanço da Proteção Civil, sendo que “a cidade de Lisboa não está incluída nestes dados”.

Entre as 18:00 de terça-feira e as 07:00 de hoje, a Proteção Civil tinha registado 83 ocorrências relacionadas com o mau tempo no continente, número que no balanço até às 10:00 aumentou para 295.

Fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa adiantou que, na capital, foi registado hoje, entre as 07:00 e as 16:45, “um total de 45 ocorrências”, com situações de inundações em habitações e na via pública, sinalização de buracos e queda de árvores e de revestimentos, mas “nada de preocupante” e sem feridos.

Portugal continental está a ser afetado desde hoje, e até sábado, pelos efeitos da depressão Armand, com vento, chuva por vezes forte e persistente e agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em comunicado, o IPMA adiantou que os efeitos da depressão vão ser sentidos pelo menos até sábado, com vento por vezes forte, transportando uma massa de ar tropical muito húmida.

Por causa da depressão, está também prevista a ocorrência de precipitação por vezes forte e persistente e vento forte no litoral e terras altas hoje e na quinta-feira, com rajadas de vento nos períodos de maior instabilidade, podendo atingir 95 quilómetros por hora no litoral Norte e terras altas.

Está igualmente previsto um aumento significativo da agitação marítima a partir do fim da tarde de quinta-feira, com ondas de sudoeste até 05 metros.

O IPMA revelou que a depressão afetará igualmente o arquipélago da Madeira, onde se espera a ocorrência de precipitação por vezes forte e persistente, em especial na quinta-feira, assim como um aumento da agitação marítima, com ondas de noroeste com 04 metros.

Os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Portalegre e Braga vão estar sob aviso amarelo até às 21:00 de hoje devido à chuva, por vezes forte, que pode ser acompanhada de trovoada e rajadas.

Os distritos do Porto, Viana do Castelo e Braga têm aviso laranja por causa do vento, temporariamente forte com rajadas até 95 quilómetros por hora (km/h) no litoral e terras altas, passando depois a amarelo.

Também por causa do vento, mas sob aviso amarelo estiveram até às 12:00 os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga. O mesmo aviso volta a vigorar para estes distritos entre as 06:00 e as 15:00 de quinta-feira.

O IPMA emitiu também aviso amarelo para os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de oeste/sudoeste com 04 a 05 metros, passando gradualmente a ondas de oeste/noroeste entre as 03:00 de quinta-feira e as 03:00 de sexta-feira.

A costa Norte da Madeira e o Porto Santo vão estar também sob aviso amarelo por causa da agitação marítima entre as 06:00 de quinta-feira e as 00:00 de sexta-feira.

O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.