Fonte oficial do grupo multimédia espanhol assegurou à agência Lusa que “a Prisa continua interessada em vender, mas no curto e médio prazo, não há nenhuma pressa”.
“É uma empresa solvente e muito sólida, que em 2017 apresentou 19,7 milhões de euros de lucros”, explicou esta fonte, acrescentando que a Prisa está “muito satisfeita” por ter a Media Capital na sua carteira e que no futuro “serão analisadas as opções, com muita tranquilidade”.
O acordo que a empresa espanhola tem com os bancos já contemplava a possibilidade do negócio de venda à Altice não se realizar e a atual divida à banca só vence em 2022.
“Não precisamos de vender a curto prazo ou com urgência”, insiste a fonte, que adianta não haver, neste momento, qualquer outro interessado.
A empresa espanhola está a elaborar um “plano estratégico” que deverá ser divulgado no final do corrente ano e que, já se sabe, irá definir como dois “setores estratégicos” para o grupo a Educação e a Informação.
A Prisa confirmou hoje a desistência do negócio para a venda da Media Capital, dona da TVI, à Altice numa comunicação enviada ao regulador do mercado espanhol.
Numa informação colocada esta manhã na Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola (CNMV), a empresa dona da TVI comunica a "rescisão do contrato de compra celebrado entre a Prisa e a subsidiária da Altice NV, a MEO - Serviços de Comunicação e a Multimédia, S.A. ("MEO"), relativo à transferência de toda a participação que a Prisa detém no Grupo Media Capital SGPS, S.A".
"Tal rescisão decorre de não ter sido cumprida a data final acordada pelas partes, a última das condições de suspensão que estavam pendentes de cumprimento, referente à obtenção, pela MEO, da obrigatória autorização da operação pela Autoridade da Concorrência portuguesa", refere ainda o comunicado enviado ao regulador espanhol.
No dia 14 de julho de 2017, a Prisa, anunciou em Madrid, em simultâneo com a Altice em Portugal, a venda a esta empresa da Media Capital, dona da TVI, por 440 milhões de euros, estando a concretização do negócio dependente da obtenção das autorizações legais do regulador.
No final de maio, a Autoridade da Concorrência (regulador) anunciou que tinha rejeitado os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que "não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado".
Reagindo a esta decisão, a Altice Portugal manifestou discordância da posição do regulador, afirmando não estar disponível "para apresentar quaisquer outros" compromissos.
Já antes, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, tinha afirmado no parlamento que há um "limite de razoabilidade" no processo de compra da dona da TVI, mostrando-se, no entanto, convicto de que o negócio iria ser concluído.
Agora, quase um ano depois de ter sido anunciado o negócio e após um longo impasse, a TVI deu conta da intenção do grupo espanhol de deixar cair a venda, depois de "vários adiamentos do prazo previsto para a concretização do negócio", uma informação que já tinha surgido na imprensa no final da semana passada.
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