Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), alertou também para “o perigo de esvaziamento dos serviços hospitalares da região, tendo em conta o mapa de vagas atribuídas nos concursos de colocação de médicos especialistas”.
Num comunicado enviado à agência Lusa, os médicos do Centro dizem igualmente que este “processo vem comprovar que o Ministério da Saúde está a desprezar os doentes da região Centro”.
“Além da discrepância nas vagas existentes para os concursos de provimento de médicos especialistas hospitalares e os jovens que concluíram a especialidade (dos 171 recém-especialistas para 123 vagas nos hospitais da região Centro), há hospitais que continuam com graves carências e outros que estão a ser asfixiados”, sublinha Carlos Cortes.
Este responsável denuncia, por isso, a “forma catastrófica” como estão a ser geridos os recursos humanos, precisamente um dos maiores problemas do Serviço Nacional de Saúde.
A Ordem dos Médicos do Centro diz que, dos 28 médicos especialistas em Medicina Interna, o Ministério da Saúde abriu concurso apenas para 17, dos 12 médicos especialistas em Pediatria Médica, será aberto concurso para seis, e dos 11 especialistas em Anestesiologia, existem sete vagas a concurso.
"Há áreas extremamente carenciadas nos serviços hospitalares. Com este concurso, o Ministério da Saúde está a prejudicar a distribuição de médicos especialistas nas zonas e unidades hospitalares mais deficitárias. Esta é a forma de decapitar toda uma região numa área tão sensível como é a Saúde", sintetiza Carlos Cortes.
Há por isso, defende, um “total desrespeito pelos utentes”, até porque é “incompreensível” a constante demora na contratação de médicos recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar.
"Não é por caso que continua a existir emigração médica e uma fuga crescente de médicos para os serviços privados de saúde. Este Ministério da Saúde demonstra uma profunda inabilidade", conclui Carlos Cortes.
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