“Não, não fui notificado. Remeto para os esclarecimentos e comunicados que fiz. Declarei tudo aquilo que, em consciência, na minha interpretação da lei, é o que devo fazer”, disse Fernando Medina, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de pré-campanha em Campo de Ourique.
O autarca socialista reforçou que fez “aquilo que devia […], que é com total e absoluta transparência publicar no ‘site’ da campanha todos os esclarecimentos relativamente a essa situação”.
“Se outros aproveitam, na base da insídia e da insinuação o que foi uma denúncia anónima colocada a três semanas antes das eleições autárquicas [marcadas para 01 de outubro], o juízo ficará para os eleitores sobre quem usa esses métodos”, acrescentou.
A notícia da compra do imóvel foi avançada pelo jornal ‘online’ Observador, que revelou que Fernando Medina não declarou ao Tribunal Constitucional ser proprietário de um duplex no centro de Lisboa que adquiriu a 27 de setembro de 2016 por 645 mil euros, tendo apenas informado do pagamento de um sinal de compra de 220 mil euros.
Em resposta enviada à agência Lusa na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República confirmou que “a matéria relativa à compra do imóvel é referida numa denúncia anónima recebida na Procuradoria-Geral da República em finais de agosto” e que a participação foi remetida ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, “onde se encontra em investigação”.
Fernando Medina considerou que foi “muito mais longe naquilo que a lei obriga”.
“Estou naturalmente disponível, como não poderia deixar de ser porque essa é a minha obrigação, de que se o entendimento não for esse, eu fazer uma atualização da declaração”, afirmou.
O cabeça de lista do PS defendeu ainda que este assunto “perderá toda a atualidade ou qualquer relevância quando dentro de dias terminar funções e atualizar, aí sim como a lei obriga, a declaração ao Tribunal Constitucional”.
Fernando Medina assumiu o cargo de presidente da Câmara de Lisboa em abril de 2015 para substituir nestas funções o atual primeiro-ministro e líder socialista, António Costa.
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