Fernando Medina falava hoje na Assembleia Municipal, na habitual informação escrita trimestral do presidente da Câmara, intervenção marcada por um tom político.

"Com o fim das obras do Eixo Central foram profundamente derrotados todos aqueles que apelavam à inação", afirmou, considerando que a obra "foi uma aposta ganha".

Elencando as mudanças na zona, Medina (PS) apontou que "foram plantadas mais de 750 árvores", os passeios são agora "mais seguros, mais largos e mais confortáveis", as "passadeiras foram rebaixadas", foram introduzidas ciclovias e a "circulação está normalizada".

A intervenção, orçada em 7,5 milhões de euros, gerou a contestação de moradores e comerciantes pelos impactos no tráfego e no estacionamento, bem como críticas por parte de diversas forças políticas.

Para o presidente da CML, esta intervenção "que não é a única, mas em si concentrou todo o debate", permitiu mostrar que houve "vencedores e derrotados políticos".

"Quem ouviu o senhor presidente da Câmara deve achar que está na cidade maravilhosa e pela forma como descreveu o Eixo Central mostra que não deve ir lá muitas vezes", considerou o deputado do CDS-PP Batista Fernandes.

Em resposta ao deputado centrista, Fernando Medina lançou o repto: "Já que o seu partido falou tanto sobre este tema, gostava que o colocasse na campanha eleitoral".

Na sua intervenção, o presidente da CML falou também da Praça de Espanha e apontou para "o início do próximo mandato" a "estabilização da zona do jardim e da rede viária".

Sobre o plano de drenagem, Medina disse que "ainda durante o primeiro semestre" do ano o executivo irá apreciar o "lançamento do concurso para a primeira grande intervenção do sistema de túneis".

Em novembro, o vereador da Estrutura Verde, José Sá Fernandes, afirmou que os projetos para a construção de dois túneis entre Santa Apolónia e Monsanto, e entre Chelas e o Beato, estavam "praticamente prontos".

Questionado pelo BE sobre a Segunda Circular, o líder do executivo municipal, de maioria socialista, referiu que as obras de urgência - anunciadas depois de a empreitada ter sido suspensa por suspeita de conflito de interesses - "estão a decorrer em várias áreas" e que a auditoria interna "continua a decorrer".

Sobre esta via, o deputado Miguel Santos (PAN) advogou que o projeto "deverá ser retomado o mais rapidamente possível".

Medina aproveitou ainda para responder à candidata do CDS-PP à Câmara da capital, Assunção Cristas, que na segunda-feira o desafiou a eliminar a taxa de proteção civil, dada a boa saúde das finanças municipais.

Hoje, o presidente do executivo municipal aconselhou a centrista a "perguntar ao Regimento de Sapadores Bombeiros se acham que faz ou não falta uma receita que lhes está consignada e que permite fazer vários investimentos".