Michelle Bolsonaro, de 38 anos, quebrou o protocolo durante as cerimónias de tomada de posse do marido. A Folha de S. Paulo escreve mesmo que Michelle Bolsonaro "fez história".

"Num gesto inédito na história recente do país", segundo o site G1, a primeira-dama discursou antes do presidente. E não foi só por tê-lo feito, mas também como o fez: em linguagem gestual.

Em homenagem à população surda brasileira, Michelle Bolsonaro falou em LIBRAS – língua brasileira de sinais —  ladeada pelo marido e por uma intérprete que traduzia ao microfone os seus gestos.

"Gostaria de me dirigir de forma especial à comunidade surda e de deficientes: vocês serão ouvidos”, começou por dizer.

A primeira-dama agradeceu depois a todos os brasileiros o "apoio e carinho desde o início" da campanha. Agradeceu também aos que "mostraram a solidariedade durante os momentos difíceis pelos quais" o seu marido passou.

"É um privilégio poder contribuir para toda a sociedade brasileira. As eleições deram voz a quem não era ouvido. O cidadão brasileiro quer paz, segurança e prosperidade", disse a primeira-dama, recordando que a comunidade deficiente será "valorizada".

"Estamos todos de um lado só", acrescentou Michelle, prometendo "liberdade para todos".

O discurso ficou ainda marcado pelo beijo que Michelle deu a Jair Bolsonaro, a meio da sua exposição e depois de agradecer ao “amado esposo, o nosso presidente”.

A ligação com a linguagem gestual não é de agora e vem da família — Michelle tem um tio surdo. A primeira-dama está há vários anos ligada à comunidade surda, junto da qual faz trabalho de voluntariado, e integra o Ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.