“Não temos indicadores sobre qual o número concreto porque tal dependerá do número de países que participarem nessa operação, o que está neste momento manifestado é a disponibilidade de Portugal”, disse aos jornalistas Eduardo Cabrita no final de uma cerimónia comemorativa do Dia Internacional da Mulher na Polícia de Segurança Pública, que decorreu no Museu da PSP, em Lisboa.
O ministro foi questionado sobre o anúncio hoje feito pela presidente da Comissão Europeia de que Portugal é um dos países da União Europeia (UE) que aceitou acolher crianças migrantes que estão desacompanhadas nas ilhas gregas.
O governante precisou que Portugal correspondeu “ao apelo da presidente da Comissão Europeia para que se receba a partir da Grécia pessoas em situação particularmente frágil, designadamente menores”.
Segundo Eduardo Cabrita, esse apelo foi feito na semana passada durante uma reunião de ministros da UE de Assuntos Internos em que foi discutida a situação que se vive na fronteira entre a Grécia e Turquia.
Além de Portugal, também manifestaram disponibilidade França, Luxemburgo, Finlândia e Alemanha.
O ministro afirmou também que, nesse âmbito, foi hoje enviada para a fronteira da Grécia ajuda humanitária composta por um conjunto de tendas de campanhas, ‘kits’ de higiene pessoal e cobertores.
Num comunicado entretanto divulgado, o Ministério da Administração Interna refere que Portugal disponibilizou, através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), 600 cobertores, 300 camas de campanha, 300 almofadas e 300 ‘kits’ de higiene.
“Portugal tem-se destacado pela forma como tem participado em todos os programas de recolocação e de reinstalação [refugiados] quer a partir de países terceiros, quer no âmbito da União Europeia”, salientou ainda Eduardo Cabrita.
Milhares de migrantes tentam atravessar a fronteira entre a Turquia e a Grécia desde que o Presidente turco anunciou, no final de fevereiro, que iria deixar de respeitar o acordo de março de 2016 com a UE, no qual se previa a permanência de migrantes na Turquia, em troca de apoio financeiro europeu a Ancara.
Ao todo, dos mais de 42 mil migrantes retidos nas ilhas gregas, cerca de 5.500 são menores desacompanhados.
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