Mas a sua vida começa bem antes. Nasceu no Funchal e foi aí que fez toda a sua juventude. Desportista, fez natação competitiva no Nacional da Madeira, tinha também como grande paixão a caça, um interesse que ganhou do avô, e ainda as rosas, tendo mesmo ganho prémios com o cultivo destas flores.
Criado pelos avós maternos, numa “infância bastante feliz”, passada numa quinta, foram eles também que o fizeram ver o que custava a vida. Sem dificuldades financeiras e a estudar fazia questão de ganhar “os seus trocos”, o que fez tocando piano (a música era outra das suas paixões) em hóteis do Funchal para “beber umas ponchas”.
A infância e juventude foram então vividas na capital madeirense, mas após concluir o então liceu foi para Lisboa estudar na Universidade de Lisboa, onde se licenciou. A capital portuguesa não o encantou ao ponto de ficar pelo continente e após a sua licenciatura regressou ao Funchal, já como quadro da JSD-Madeira, tendo posteriormente sido líder da mesma. A influência política, essa, como sempre referiu, veio do seu avô, o tenente Machado.
Mas se se iniciou na juventude social-democrata, e já depois de ter dado os primeiros passos políticos em meados dos anos 80, no Movimento de Apoio a Mário Soares para as presidenciais de 1986, a verdade é que o primeiro grande desafio político de Miguel Albuquerque surgiu em 1993, quando avançou para a Câmara do Funchal como nº2 de Virgílio Pereira. Um ano depois toma as rédeas da autarquia, após a demissão de Virgílio Pereira, sendo reeleito em 1997, 2001, 2005 e 2009.
Logo no primeiro 'mandato' convence tudo e todos. Encanta o povo, com obras feitas, e sobretudo Alberto João Jardim, o líder regional, que alguns anos depois o convida para vice-presidente do partido.
Mas o bom ambiente entre ambos começa a deteriorar-se com o passar dos anos, concretamente no início do novo milénio, sobretudo com a popularidade que Miguel Albuquerque começa a ter, sendo visto nas sondagens como o sucessor de Alberto João Jardim.
Foram necessários, contudo, mais alguns anos para se perceber da força de Miguel Albuquerque na Madeira, face a Alberto João Jardim. Em 2012, ainda como presidente da Câmara do Funchal, e sem futuro ali, devido à limitação de mandatos, foi o primeiro militante, em mais de três décadas, que ousou desafiar Jardim, concorrendo contra este para líder do PSD Madeira. Muitos não acreditavam que seria possível fazer frente ao carismático líder madeirense, mas as votações finais revelaram o contrário. Miguel Albuquerque perdeu, mas teve 49% de votos.
Dois anos depois, no entanto, Miguel Albuquerque, pais de seis filhos e também avô, voltou a candidatar-se e, após uma primeira volta entre seis candidatos, foi eleito líder à segunda, com 64%, curiosamente contra Manuel António Correia, que era a aposta do líder histórico para seu sucessor após 38 anos à frente do partido, e é agora também o seu 'concorrente' pelo mesmo cargo.
Se em 2014 avançou para líder do PSD-Madeira, um ano volvido vence as eleições legislativas regionais com maioria absoluta, acabando por ser o sucessor de Alberto João Jardim e terceiro presidente do Governo Regional da Madeira.
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