“O que fizemos pelo futsal é histórico. Estamos a festejar muito, porque nunca sabemos quando voltamos a festejar”, disse o capitão da seleção de futsal aos jornalistas, com o troféu pousado aos seus pés, numa declaração à chegada a Lisboa.

No aeroporto Humberto Delgado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) organizou um corredor de segurança para permitir que jogadores, equipa técnica e elementos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) chegassem em segurança e sem atropelos ao autocarro que os iria levar até ao Palácio de Belém, para serem recebidos pelo Presidente da República.

Ricardinho disse que a equipa trouxe aquilo que todos queriam, “o grande troféu”: “Em 2010 escapou-nos, mas agora estávamos mais preparados e conseguimos”.

A “união incrível” e o “espírito de equipa fantástico” ajudaram a seleção de futsal a conquistar o título inédito, disse o ala do Inter Movistar, melhor jogador e melhor marcador do torneio, com o pensamento já no futuro.

“Agora queremos estar lá mais vezes”, frisou Ricardinho, agradecendo aos portugueses que estiveram na Lituânia a apoiar a equipa e que “foram a cara dos 11 milhões”.

A propósito a receção entusiástica no aeroporto, Ricardinho lembrou que “desporto não é só futebol” e que “o futsal já demonstrou que tem muita qualidade”.

Também o selecionador, Jorge Braz, destacou o “percurso de desenvolvimento, crescimento e qualificação do futsal”, dizendo que o objetivo é “subir sempre mais”.

“Vamos continuar a crescer, mas acima de tudo vamos continuar a manter-nos no topo. Nem sempre vamos ganhar, mas vamos continuar a andar lá em cima nas decisões, no topo, e a dignificar muito o futsal”, frisou.

Questionado sobre se a conquista do Mundial, em outubro de 2020, é agora o próximo objetivo, o selecionador admitiu que a seleção precisa de “novos sonhos”.

Correspondendo aos pedidos dos adeptos e apoiantes presentes no aeroporto, e apesar da lesão que contraiu na final, Ricardinho ia saltando, ao ‘pé coxinho’, com a taça erguida e sorriso nos lábios. A lesão fica para depois.

“Amanhã, hoje eu quero festejar, seja a saltar só com um pé. Hoje não dói nada, amanhã vemos, hoje o mais importante é levantar este troféu para todos os portugueses e para esta equipa fantástica”, disse aos jornalistas.

Cânticos de apoio, aplausos, palavras de incentivo, muitas fotografias e, pontualmente o hino nacional, acompanharam a o percurso da equipa das ‘quinas’ da zona das chegadas ao autocarro.

O entusiasmo, no entanto, esteve guardado para este momento. Apesar das bandeiras, dos cachecóis, de muitos acessórios coloridos, só a presença da seleção animou as cerca de mil pessoas ali presentes, que esperaram ordeiramente e quase sempre em silêncio a chegada da equipa campeã.

Alguns, ainda recuperavam ‘dos nervos’ da última noite.

“Muitos nervos, muitos nervos”, disse à Lusa Helena Martins, sobre a forma como viu a final de sábado, contra a seleção espanhola, até àquele momento no jogo em que lhe pareceu que podia tirar uma consequência lógica sobre qual seria o resultado final.

“Quando o Ricardinho se lesionou fez-me logo lembrar Cristiano Ronaldo. Ora, logo, Cristiano Ronaldo, campeões europeus de futebol, campeões europeus de futsal, só pode”, recordou.

Uma espécie de “presságio”, que Paulo Mónica também sentiu: “Pensei que estaríamos a voltar um pouco ao Euro2016 em que Cristiano Ronaldo também se aleijou e seria um presságio e acabou por sê-lo”.

Treinador de futsal, Paulo Mónica disse esperar que a conquista do título seja “uma mudança” para a modalidade, manifestando o desejo de que a modalidade possa integrar o programa dos Jogos Olímpicos no futuro.

Estreante nas chegadas de equipas campeãs ao aeroporto, o pequeno Rodrigo esta não quis falhar, lamentando não ter estado também na chegada da seleção de futebol em 2016.

Ídolos na seleção de futsal “só o Ricardinho, mesmo, o melhor jogador de mundo”, e admitiu que ver a final de sábado “foi difícil”.

“Disse muitas asneiras, são paredes aqueles espanhóis, não dá para passar por eles”, desabafou.

No sábado, Portugal conquistou pela primeira vez o título de campeão europeu de futsal, ao vencer a Espanha por 3-2, após prolongamento na final do Europeu, com um golo de Bruno Coelho, de livre direto.

Ricardinho, logo no primeiro minuto, deu vantagem à equipa das ‘quinas’, reforçando o estatuto de melhor marcador em fases finais, com o seu 22.º golo, Tolrá, aos 19 minutos, e Lin, aos 32, assinaram os tentos da seleção espanhola, mas Bruno Coelho, aos 39, empatou.

No prolongamento, Bruno Coelho ‘bisou’, na conversão de um livre direto, no último minuto, assegurando o primeiro título de Portugal, que tinha como melhor desempenho na prova o segundo lugar, em 2010, quando perdeu o jogo decisivo frente à Espanha, por 4-2, na Hungria.

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