Naquele que é o maior protesto desde o início das manifestações há um mês, os agricultores, camponeses, criadores de gado e apicultores, apoiados com cerca de 200 tratores e outras máquinas, exigiram também a renegociação da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia (UEE), que, defendem, reduz consideravelmente os seus rendimentos.

Os manifestantes exigiram também a isenção de impostos para o combustível agrícola e compensações públicas por uma série de catástrofes naturais que afetaram a produção nos últimos meses.

A polícia fechou o trânsito em várias estradas principais da cidade durante várias horas para permitir que os comboios de tratores chegassem ao centro de Atenas de forma ordenada.

Muitos dos agricultores foram aplaudidos pelos atenienses quando entraram na capital.

“Sem nós não comem”, dizia um cartaz num trator, enquanto outro veículo transportava um caixão para a Praça Syntagma, em frente ao Parlamento, para denunciar que o setor está a morrer.

Os agricultores gregos têm vindo a protestar e a bloquear estradas, autoestradas e postos fronteiriços em todo o país há mais de um mês.

As principais reivindicações incluem também o pagamento de subsídios estatais e a redução do IVA sobre os produtos agrícolas, bem como a construção de infraestruturas para proteger as culturas das inundações cada vez mais frequentes.

“As minhas culturas foram inundadas em 2018, queimadas em 2021 e inundadas novamente no ano passado. Estamos a vender as nossas máquinas para sobreviver”, disse um agricultor que participou na mobilização à emissora pública ERT.

Algumas semanas após o início dos protestos, o primeiro-ministro conservador da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, anunciou um aumento dos atuais dois mil euros para um máximo de dez mil euros na ajuda a cada agricultor da Grécia central, onde ocorreram graves inundações em setembro.

O Governo conservador anunciou também que vai reembolsar este ano, tal como fez em 2023, o montante de um imposto especial sobre o gasóleo a cerca de 300 mil agricultores, bem como um programa para baixar o custo da eletricidade nas explorações agrícolas, em cooperação com os principais fornecedores gregos.

No entanto, as associações de agricultores consideraram estas medidas “insuficientes” e afirmam que estão determinadas a “continuar a lutar” até que as exigências sejam satisfeitas.

Segunda-feira, numa entrevista à televisão privada Starr, Mitsotakis afirmou que muitas das exigências dos agricultores “são justificadas”, mas que o Governo “não tem mais nada para dar”, tendo em conta a situação do orçamento de Estado.

Stefanos Kasselakis, líder do principal partido da oposição, o esquerdista Syriza, bem como líderes de outros partidos da oposição, também participaram na mobilização de hoje, concordando que as exigências dos agricultores eram justas.