1. Mais de 25% do Congresso americano é negacionista do clima 

Planeta A

Uma volta ao mundo centrada nos temas que marcam.

Todas as semanas, selecionamos os principais trabalhos associados à rede Covering Climate Now, que o SAPO24 integra desde 2019, e que une centenas de órgãos de comunicação social comprometidos em trazer mais e melhor jornalismo sobre aquele que se configura como um tema determinante não apenas no presente, mas para o futuro de todos nós: as alterações climáticas ou, colocando de outra forma, a emergência climática.

O Senado dos Estados Unidos da América continua a ser um grande foco de concentração de negacionistas climáticos. De acordo com um relatório do Center for American Progress, há 139 representantes (109 congressistas da Câmara dos Representantes e 30 senadores do Senado), todos eles republicanos, que, apesar do consenso científico, continuam a negar a existência de alterações climáticas, bem como o aquecimento global.

O relatório do CAP refere ainda que estes legisladores receberam mais de 61 milhões de dólares (cerca de 52 milhões de euros) em contribuições vitalícias de empresas de combustíveis fósseis.

Para ler na íntegra em Center for American Progress

Minnesota
créditos: Kailani Koenig / NBC News

2. Grupos indígenas pedem à administração de Biden que expansão de oleoduto até ao Minnesota seja parada

Com a chegada da primavera, os protestos no norte do estado do Minnesota contra o oleoduto da linha 3 da empresa canadiana Enbridge devem aumentar, relata a NBC News.

O oleoduto é operado desde 1968 e estende-se ao longo de 1765 quilómetros desde Hardisty, Alberta, no Canadá, a Superior, Wisconsin, nos Estados Unidos. Agora, um projeto de expansão  já em curso quer fazê-lo chegar ao Minnesota, mas os ativistas e a população local têm levantado preocupações acerca do projeto, especialmente porque em 1991 foi responsável pelo maior derrame de sempre em solo norte-americano, tendo largado 6,4 milhões de litros de combustível em Grand Rapids.

Para os ativistas nativos americanos a luta não é só sobre o clima, mas também sobre o seu modo de vida – para as tribos, que colhem arroz selvagem na região há décadas, e para milhões de pessoas em todo o país que dependem do rio Mississippi como fonte de água limpa. O seu intuito é que Joe Biden, depois de cancelar o avanço do oleoduto Keystone XL, faça o mesmo neste caso.

Para ver na íntegra em NBC News

créditos: Lusa

3. Várias agências de publicidade estão a recusar-se a fazer anúncios para empresas petrolíferas

Os anúncios de empresas de combustíveis fósseis muitas vezes publicitam-nas como amigas do planeta, da energia limpa e da justiça racial, mesmo quando as ações das empresas não refletem esses valores. 

No entanto, algumas agências de publicidade estão agora a pensar duas vezes antes de trabalhar para estas empresas. Várias agências assinaram um compromisso em como não irão fazer mais conteúdos publicitários para as empresas de petróleo e gás.

Esta mudança de paradigma é semelhante ao que já aconteceu antes com a indústria do tabaco. 

“Acreditamos que a comunicação é poderosa e, obviamente, devemos usá-la para impulsionar a mudança que queremos ver, em vez de manter o status quo”, disse Guy Hayward, CEO da agência internacional de publicidade Forsman & Bodenfors. 

Para ler na íntegra em The New York Times

 Marathon Refinery
créditos: Robert Hanashiro-USA TODAY

4. Apesar dos compromissos climáticos e preocupações com a saúde, vários estados americanos continuam a aprovar novos tanques de combustível gigantes

Um pouco por todo o país, cada estado americano está a adotar novas medidas para reduzir as emissões e produzir energia limpa. Contudo, ao mesmo tempo, alguns desses mesmos estados, nomeadamente California, Colorado e New Jersey, continuam a aprovar novos projetos de combustíveis fósseis. 

Apenas em Los Angeles, há 11 novos projetos a serem construídos, maioritariamente em comunidades mais pobres. 

Estes novos projetos, além das consequências ambientais, levantam também um outro problema: ameaçam deixar as economias dependentes dos combustíveis fósseis durante as próximas décadas. 

Para ler na íntegra em Capital & Main

Por cá: "Não queremos apenas apontar um problema, mas ser parte da solução". Milhares de estudantes mobilizam-se pelo clima com carta aberta ao Ensino Superior

Estudantes de norte a sul do país exigem que as instituições de ensino superior tomem ações climáticas, num movimento universitário nacional que já reúne cerca de 50 grupos associativos de estudantes. 

A iniciativa foi lançada e está a ser liderada pelo AmbientalIST, núcleo de estudantes ambientalistas do Instituto Superior Técnico de Lisboa, mas dirige-se a todos os alunos que se queiram juntar, quer coletiva ou individualmente. Atualmente, a Carta Aberta já conta com mais de 1000 assinaturas individuais e mais de 60 coletivas. 

"Queremos unir mais pessoas para ter mais ação [climática] em todo o país, mas também para ser mais fácil em cada instituição", diz Rita Santos, presidente da AmbientalIST e organizadora da iniciativa.

Acreditando que a comunidade estudantil pode ser motora para uma mudança a larga escala, o movimento quer “reavivar a luta estudantil por um planeta saudável e um futuro justo e digno para todas as pessoas”, como pode ser lido na Carta Aberta. 

O movimento faz duas reivindicações: apela à Declaração de Emergência Climática pelas Instituições de Ensino Superior e exige que estas se comprometam a alcançar Neutralidade Carbónica até 2030.

A Carta Aberta, de acordo com a organização, é apenas o primeiro passo. "O nosso objetivo é ser parte da solução. Queremos fazer parte de um diálogo com as direções das instituições e acompanhar ao longo do tempo o que será o futuro depois da Carta, fazendo parte da construção das medidas políticas que serão implementadas", explica Rita Santos.

Tendo em conta a diversidade de realidades, as várias escolas superiores estão representadas por estudantes de todo o país que apresentarão linhas de ação concretas adaptadas às necessidades de cada campus. 

No caso do Técnico, a aluna explica que pretendem reduzir as emissões e produzir a própria energia no campus, ao aumentar a eficiência energética dos edifícios, utilizando painéis solares ou substituir as lâmpadas para LED, por exemplo. 

A organização já chegou inclusive a reunir-se com a direção do Instituto Superior Técnico, mas apesar de ter havido “boa vontade” notaram que “não há tanta flexibilidade financeira ou administrativa” como queriam, refere Rita Santos. 

Foi por isso que decidiram expandir o movimento para um âmbito nacional e daí surgiu a ideia da Carta Aberta. O objetivo é chegar ao máximo de pessoas possível, com esperança de alcançarem as 10 mil assinaturas. “Isso permitiria eventualmente chegar a um patamar seguinte em que possamos jogar com financiamentos e outras coisas do ensino superior que possam fazer com que as medidas sejam mais facilmente implementadas", afirma.