Em Gaza, as concentrações podiam ser vistas como um teste ao frágil cessar-fogo anunciado há uma dezena de dias após a pior onda de violência entre Israel e os grupos armados palestinianos no enclave desde a guerra de 2014.

Em diferentes pontos da Faixa de Gaza, milhares de palestinianos concentraram-se ao longo da barreira fronteiriça fortemente guardada pelo exército israelita.

Segundo um jornalista da agência France Presse, registaram-se confrontos entre alguns manifestantes e soldados israelitas.

O ministro da Saúde do território controlado pelo movimento radical Hamas deu conta de 65 feridos palestinianos, 16 dos quais a tiro.

Mas a mobilização e a violência permaneceram relativamente contidas.

Em 2018, mais de 60 palestinianos foram mortos ao longo da barreira de segurança que separa o enclave de Israel no dia em que se assinalou a ‘Nakba’ e em que foi inaugurada em Jerusalém a nova embaixada dos Estados Unidos em Israel.

Um jornalista da AFP viu hoje alguns balões incendiários serem lançados de Gaza em direção a Israel e um incêndio irromper em território israelita. Manifestantes no enclave têm recorrido aos balões incendiários desde março de 2018, com prejuízo para os israelitas.

O exército do Estado hebreu afirmou que cerca de 10.000 palestinianos de Gaza manifestaram-se hoje, alguns violentamente, ao longo da fronteira.

Incendiaram pneus, lançaram pedras e dispositivos incendiários, tendo os soldados ripostado com meios antimotim, adiantou.

Os palestinianos manifestaram-se igualmente na Cisjordânia, a algumas dezenas de quilómetros de Gaza.

Em Ramallah, a capital política do território sob relativo controlo da Autoridade Palestiniana, manifestantes mostraram grandes chaves de papel e pediram o regresso às terras e casas de onde fugiram ou foram expulsos aquando da criação de Israel.

A ‘Nakba’ assinala-se a 15 de maio, um dia depois do da criação de Israel, para lembrar o início do êxodo em massa dos palestinianos do território que passou a constituir o Estado hebreu.

Segundo a ONU, cerca de 700.000 palestinianos fugiram ou foram expulsos durante a primeira guerra árabe-israelita que se seguiu à instauração de Israel em 1948.