Os sindicatos convocaram mais de 300 protestos e manifestações em todo o país apesar de a reforma — que passa para os 64 anos de idade — ter sido aprovada. No total, estima-se que 1,5 milhões de pessoas possam juntar-se às manifestações.
O Governo, que dá o assunto por encerrado, continua a enfrentar a luta de trabalhadores e sindicatos que insistem em continuar os protestos evitando a entrada em vigor da medida, prevista para 01 de setembro.
Os protestos prolongaram-se durante o fim de semana, causando mesmo interrupções e cortes no tráfego aéreo com França, onde cerca de 30% dos voos foram cancelados.
Estima-se que só na capital, Paris, tenham saído a rua mais de 100.000 pessoas, o que levou as autoridades a mobilizarem mas de 5.000 agentes da Polícia antimotim.
Os manifestantes, que já entraram em confronto com agentes da autoridade, lançaram tinta para a parede do Hotel Ritz e a do Ministério da Justiça, na Praça Vêndome, no centro da cidade.
A ação foi reivindicada por ativistas do grupo Última Renovação, que tem como objetivo protestar “contra os ricos e em solidariedade para com os trabalhadores”, explicaram.
Também hoje, o Tribunal Administrativo de Paris validou o uso de drones para supervisionar a manifestação, apesar de várias organizações de defesa das liberdades tenham solicitado a suspensão do uso de drones por parte da polícia, considerando que “poderiam atentar contra as liberdades fundamentais”, segundo noticia o diário Le parisien.
Noutras cidades, como Le Havre, a justiça limitou a sua utilização a períodos de tempo específicos. Assim, só podem ser utilizadas entre as 09:00 e as 14:00 locais e não entre as 09:00 e as 18:00, como previsto anteriormente.
O Governo francês declarou que tenciona convidar os sindicatos a sentarem-se à mesa e a conversarem “nos próximos dias”, numa tentativa de acalmar as tensões. O ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, disse que “temos de ouvir as mensagens que estão a ser enviadas” e defendeu o diálogo.
Neste sentido, assegurou que a polícia “não se envolve em provocações durante as marchas” e garantiu que o problema não são os agentes, mas “a possibilidade de violência”. “O problema não é a polícia, são os violentos. Não os confundo com os manifestantes”, esclareceu, em declarações divulgadas pelo canal de televisão BFMTV.
Os sindicatos, no entanto, avisaram que “não haverá movimento enquanto a reforma não for retirada”. “Este 1.º de Maio é um ponto de viragem, temos de estar lá. Serve para colocar as nossas aspirações na agenda política: melhores salários, igualdade entre homens e mulheres e melhoria das condições laborais.
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