“Cerca de 4.400 trabalhadores humanitários foram vítimas de ataques graves ao longo das duas últimas décadas. Mais de um terço destes trabalhadores perderam a vida”, indicou Federica Mogherini, numa declaração igualmente assinada pelo Comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, a propósito do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, que se assinala no domingo.

“No último ano, do Afeganistão à Nigéria, da República Centro-Africana ao Iémen, estes ataques causaram a morte de civis e de trabalhadores humanitários. Tais atos de violência constituem uma grave violação do direito internacional humanitário. Salvar vidas não deveria custar vidas”, adiantam.

Mogherini e Stylianides declaram que “a UE é um líder mundial no domínio da ajuda humanitária” e que promover esta ajuda e o respeito pelo direito humanitário “continua a ser o objetivo principal” do “empenhamento internacional” dos 28.

Segundo a Representação da Comissão Europeia em Portugal, a UE mobilizou em 2017 “mais de 2,43 mil milhões de euros para ações de ajuda humanitária em mais de 80 países”.

Parte significativa dos fundos foi utilizada no apoio à população síria, dentro e fora do país, tendo sido também apoiadas “pessoas deslocadas devido a conflitos de longa data no Afeganistão, na Colômbia e no Corno de África”, assim como os refugiados rohingya.

Face ao aumento do número de ataques, a proteção tornou-se “um desafio prioritário” e “em 2017, mais de 10% do orçamento da ajuda humanitária da UE foi atribuído a ações relacionadas com a proteção humanitária”, indicou a Representação da Comissão Europeia em Portugal em comunicado.

O Dia Mundial da Ajuda Humanitária foi criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2008, tendo-se escolhido o 19 de agosto, data do atentado com um camião armadilhado contra a sede da ONU em Bagdad, no Iraque, que matou o representante especial do secretário-geral no país, o brasileiro Sérgio Vieira de Melo, e outras 21 pessoas em 2003.