
De acordo com o pré-aviso de greve entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), a paralisação de três horas diárias no início de cada turno ocorrerá entre os dias 11 e 30 de abril, com o objetivo de lutar por melhores salários.
Em declarações à agência Lusa, Luís Paulo Mendes, porta-voz daquela estrutura sindical afeta à CGTP, explicou que a reivindicação dos mineiros passa por um aumento de 80 euros por cada trabalhador, sendo que a empresa apenas aceitou uma subida de 40 euros em cada ordenado.
“É muito pouco e a empresa tem condições para aumentos maiores”, afirmou, frisando que o valor dos metais no mercado está a subir face à guerra na Ucrânia.
Já a administração da Beralt Tin and Wolfram Portugal (empresa que detém a exploração das minas e que é propriedade do grupo canadiano Almonty) sublinhou que o aumento proposto (valor mínimo de 40 euros por cada trabalhador) já representa uma subida de 4,66% e que os cerca de 9,0% pedidos seriam “absolutamente incomportáveis”.
“Esta greve coloca-nos a todos numa situação muito difícil, porque significa que a produção é reduzida para metade e nenhuma empresa pode viver com isso”, sublinhou, em declarações à agência Lusa, António Corrêa de Sá, administrador da Beralt Tin and Wolfram Portugal.
Informou que a empresa já solicitou a mediação da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho e que está marcada para sexta-feira uma reunião
Admitiu que, caso não haja acordo, a suspensão da produção “por tempo indeterminado” pode vir a estar em cima da mesa.
“Caso a situação se mantenha, teremos de preparar os nossos planos em coordenação com as autoridades competentes, no sentido de pedir a suspensão de lavra”, disse, especificando que isso significa parar a produção e reduzir os mais de 200 postos de trabalho para cerca de 20.
António Corrêa de Sá frisou ainda que a empresa tem vindo a proceder a aumentos anuais, apesar do prejuízo acumulado de cerca de 10 milhões que registou nos últimos seis anos.
Além disso, garantiu que o preço do volfrâmio não tem registado subidas, mas que a empresa também tem de lidar com o aumento dos custos, nomeadamente ao nível da energia.
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