“Não estão atualmente sinalizadas perturbações informáticas nos serviços do Ministério da Saúde”, disse à Lusa fonte oficial do gabinete liderado pelo ministro Manuel Pizarro.
Segundo o ministério, “na sequência dos incidentes do passado fim de semana e da monitorização levada a cabo pelos departamentos de informática das instituições, têm sido reforçadas as ações preventivas”.
As ações passam por “medidas de informação sobre segurança informática junto dos trabalhadores”, como por exemplo, alterar as palavras-passe com frequência, “ou restrições de acesso a plataformas digitais”, explicou o gabinete.
Na quarta-feira, o presidente executivo (CEO) da empresa Visionware, Bruno Castro, disse à Lusa que um grupo cibercriminoso “muito próximo” do Kremlin (Presidência russa), Killnet, que tem visado nos seus ataques países pró-Ucrânia como Portugal, lançou um apelo ao recrutamento de novos membros [“call to arms”].
Bruno Castro salientou tratar-se da segunda vez em menos de uma semana que a ‘Killnet’ lançou idêntico apelo, depois de o último ter afetado instituições ligadas à área da saúde em vários países, incluindo Portugal, tendo sido atingidos os portais da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Faculdade de Farmácia.
Segundo o CEO da empresa credenciada pela NATO em soluções de segurança da informação e cibersegurança, o grupo de ciberativistas russos tem lançado várias campanhas de recrutamento para ciberataques a vários países ocidentais, além dos Estados Unidos, alegadamente em resposta ao alinhamento pró-Ucrânia, em que Portugal está incluído.
Em 28 de janeiro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que o seu ‘site’ tinha sido alvo de um ciberataque que impediu o acesso aos dados e serviços, mas pelas 23:00 “estava funcional”, tendo sido contactado o Centro Nacional de Cibersegurança.
No mesmo dia, o jornal Expresso noticiou que os endereços de Internet da DGS e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa “encontravam-se inoperacionais desde, pelo menos, o início da tarde de sábado, na sequência de um ataque de um grupo de ciberativistas russos”.
“No circuito de contra e ciberespionagem circularam indícios de que o grupo Killnet, que costuma ser apontado como um braço operacional e propagandístico do Governo russo no submundo digital, lançou um repto para um ciberataque de congestionamento de redes contra instituições médicas de vários países que têm alinhado com a posição ucraniana — entre eles Portugal”, escreveu o Expresso.
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