O Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da AMP, hoje apresentado em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, revela que a inexistência de uma rede consistente de monitorização climática na região – 17 municípios - pode pôr em causa qualquer medida que venha a ser adotada para se adaptar às alterações climáticas.
O ministro João Pedro Matos Fernandes afirmou aos jornalistas, no final da sessão, não sentir que “falte informação de base para tomar decisões a nível político à escala nacional”, mas que “o ministério está completamente disponível para, confrontado com um projeto concreto, poder financiar esse projeto”.
Para Matos Fernandes, o compromisso social que é preciso estabelecer em prol das alterações climáticas tem que ir além daquilo que foi feito no passado e os planos elaborados “acabam por ser documentos que concentram e consciencializam um conjunto de ações que têm que ser tomadas em prol da adaptação dos territórios às alterações climáticas”.
“Neste momento o estudo foi apresentado, vou lê-lo com muito gosto e naturalmente que, com base no documento, a AMP me fará chegar uma vontade, para qual estamos completamente disponíveis para discutir. Agora que [o documento está feito], é ir atrás das lacunas para as combater”, disse.
Segundo disse, o ministério do Ambiente “está sempre disponível a financiar projetos que concretizem a existência de mais informação e de mais centrais com informação”, sendo exemplo disso as recentes estações no Tejo para medir a qualidade da água e a estação para medir vestígios de radioatividade no Douro.
O ministro do Ambiente destacou os milhões de euros que foram investidos no último ano em projetos “em prol da descarbonização”, como as novas frotas da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e da Carris, bem como a expansão da rede dos metros de Lisboa e do Porto.
Sobre as novas três linhas para os metros, duas para o Porto e uma para Lisboa, Matos Fernandes adiantou que na quarta-feira “ficou fechado o projeto de reprogramação [dos fundos comunitários], onde fica claro aquilo que é a inclusão das redes e a previsão financeira para esses mesmos investimentos”, especificando serem cerca de 500 milhões de euros, dos quais cerca de 190 milhões do PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recurso) e “restante componente nacional do Fundo Ambiental”.
No seu discurso, Matos Fernandes reafirmou a importância de descarbonizar, tornar a economia circular e valorizar o território, acrescentando que se não se “estancar esta sangria de utilização dos bens naturais”, não vai ser possível ter o bem-estar que se tem hoje.
“A responsabilidade que a AMP tem no domínio da mitigação e adaptação às alterações climáticas é mesmo maior”, disse.
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