O ministro, responsável pelas negociações de saída da UE, disse que a carta da primeira-ministra Theresa May que lançou formalmente o período de dois anos de negociações é clara quanto à vontade do Reino Unido de continuar a trabalhar com a UE numa série de áreas, incluindo a segurança.
“Queremos um acordo e ela queria sublinhar que seria mau para ambos que não houvesse um acordo. Ora essa parece-me uma constatação perfeitamente razoável e de forma alguma uma ameaça”, disse Davis à BBC.
A carta de seis páginas de Theresa May inclui 11 referências à segurança e afirma que, sem um bom acordo, “a cooperação na luta contra o crime e o terrorismo ficaria enfraquecida”.
A afirmação foi denunciada como uma ameaça velada por Guy Verhofstadt, representante do Parlamento Europeu nas negociações, que afirmou que “a segurança de todos os cidadãos é uma questão demasiado séria” para ser usada como moeda de troca.
A imprensa britânica interpretou a afirmação da primeira-ministra de forma semelhante, com o Guardian a escrever em manchete “UE adverte May, não nos chantageie com a segurança”, o Times, “May ameaça o pacto sobre terrorismo da UE”, e o Sun, “O vosso dinheiro ou as vossas vidas — A ameaça da PM à UE”.
O Reino Unido é central para a segurança europeia, sendo uma das duas únicas potência nucleares do bloco e possuindo uns serviços de informações considerados dos melhores do mundo.
Theresa May disse na quarta-feira que provavelmente terá de deixar de fazer parte da agência europeia de polícia, Europol, embora “mantendo o grau de cooperação nestas matérias que temos atualmente”.
A ministra do Interior, Amber Rudd, também negou que tenha havido ameaça, mas disse à SkyNews: “Se saíssemos da Europol, traríamos as nossas informações connosco. E a verdade é que os nossos parceiros europeus querem continuar a ter as nossas informações”.
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