Em declarações aos jornalistas depois de ter sido anunciado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que a opção do município era manter a coleção na Casa de Serralves, onde a partir de hoje e até 28 de janeiro é possível visitar a exposição “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, Luís Filipe Castro Mendes disse que o Governo deseja que esse casamento “dure”, ou, remetendo para Vinicius de Moraes e o seu 'Soneto da Felicidade': “Que seja infinito enquanto dure”.
Questionado sobre o facto de, numa primeira fase, Serralves ter sido afastado das possibilidades, Castro Mendes disse que era uma questão a colocar à fundação, mas que esta “mostrou bem quanto estava interessada nesta coleção”.
Em entrevista ao Público em julho passado, o ministro disse não ser “objetivo de Serralves ficar com os Mirós” e que, aliás, o período de abrangência do museu, em termos temporais, não coincidia com o das obras do artista catalão.
“Não foi uma decisão imediata. A decisão do Governo foi que a coleção dos Mirós viria para a cidade do Porto. A coleção é propriedade do Estado português. E passámos a decisão à cidade do Porto. A cidade do Porto, através dos seus órgãos legitimamente eleitos, tomou esta decisão e o Governo acha bem, mas a nossa decisão foi a cidade do Porto ter os Mirós. Dentro da cidade do Porto, entre a Câmara Municipal do Porto e a Fundação de Serralves, encontraram esta solução que nos pareceu uma boa solução”, referiu o governante.
Sobre se a coleção dos Mirós iria ter algum impacto nas transferências do Orçamento do Estado para a Fundação de Serralves, Luís Filipe Castro Mendes disse que “são dois problemas diferentes”.
“Um problema é o desejo que temos de aumentar a contribuição do Estado para as fundações em geral. Outra coisa é o facto de estar aqui em Serralves esta coleção do Estado. É um depósito”, concluiu o ministro.
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