"É de prever que haja nesta reunião um certo protagonismo outra vez do flanco leste, por factos recentes", afirmou aos jornalistas Azeredo Lopes, que está em Bruxelas para participar na reunião de ministros da Defesa da NATO, até quinta-feira.
Para Azeredo Lopes, tem havido alguma "excitação bélica" na forma como tem sido encarada a passagem de parte da frota russa em águas internacionais e em particular na Zona Económica Exclusiva portuguesa, nos últimos dias.
"Essa excitação bélica que depois nunca dá bom resultado. Portugal tem preferido não valorizar demasiado aquilo que a ser demasiado valorizado só favorece os nossos adversários", defendeu.
Azeredo Lopes destacou que o secretário-geral da NATO "teve o bom senso de acentuar que essa frota não estava a violar o direito internacional" mas que "via com preocupação a possibilidade de esses navios participarem ativamente no conflito sírio".
Frisando que não pretende "desmentir" Jens Stoltenberg, Azeredo Lopes considerou que não há "nenhum elemento que permita antecipar esse resultado".
"Se esse resultado se verificar, aí sim, será o momento de nos debruçarmos sobre o assunto. Hoje, é de prever que o que tenha protagonismo na reunião seja a forma mais concreta como estão a ser constituídos os quatro `battlegroups´ [batalhões] no chamado flanco leste", fronteira com a Rússia.
Ainda hoje de manhã, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reiterou à chegada ao quartel-general estar preocupado com o "aumento das atividades militares da Rússia", referindo recear que a frota russa em trânsito em águas internacionais se dirija ao mediterrâneo oriental para bombardear Alepo.
O ministro português defendeu que a situação internacional força as nações a "manter limadas as arestas entre a coligação internacional anti-Daesh [grupo terrorista Estado Islâmico] e uma organização como a NATO".
Portugal irá continuar a participar na missão da coligação internacional que combate o autodenominado Estado Islâmico no Iraque, disse Azeredo Lopes.
O ministro reiterou que Portugal já se comprometeu em participar na missão da NATO no Iraque, que começará em janeiro de 2017, a pedido do primeiro-ministro iraquiano.
A missão será de formação e treino de oficiais iraquianos, em particular de instrutores, e não tem para já prazo para terminar, segundo adiantou hoje fonte oficial da NATO.
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