Para Azeredo Lopes, trata-se de uma "questão de soberania" e seria "insultar as Forças Armadas" relacionar falhas e deficiências na proteção de material militar com qualquer "desinvestimento" ou falta de efetivos.
O ministro da Defesa rejeitou que o furto "resulte de constrangimentos severos", considerando que essa interpretação levaria a "um problema significativo de soberania".
O ministro da Defesa respondia ao deputado do PSD Bruno Vitorino na comissão de Defesa Nacional, no parlamento, onde está a prestar esclarecimentos sobre o furto de material de guerra em Tancos, de que disse ter tido conhecimento a 28 de junho.
"Tenho confiança na instituição militar para corrigir as deficiências que se verificaram neste caso em Tancos", disse.
Azeredo Lopes afirmou, em resposta ao deputado do PS Miguel Medeiros, que "não foi informado direta ou indiretamente" de "qualquer situação que permitisse antever o que veio a acontecer em 28 de junho".
"Mesmo os relatórios do CISMIL (serviços de informações militares) "são reincidentes em considerar num nível baixo a possibilidade de ocorrência" de um incidente daquela natureza.
O ministro referiu ainda a existência de uma auditoria da Inspeção-Geral do Exército, de 2015, na qual "não há direta ou indiretamente qualquer informação".
Questionado pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, o ministro da Defesa defendeu que o general Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército, "atuou como devia atuar".
"Entra em funções em abril (de 2016) e deteta um problema que resulta da anterior atividade inspetiva, define qual é o grau de urgência e qual é o problema que estamos a enfrentar e em setembro de 2016 define um plano que considera razoável, suponho à luz das deficiências definidas e dos meios", disse.
Questionado sobre se conhecia a diretiva, o ministro respondeu afirmativamente e acrescentou que incentivou o general a "ir em frente".
O ministro confrontou ainda os deputados com o facto de ter recebido 503 perguntas e requerimentos no âmbito da fiscalização política do parlamento ao governo e nenhum referia preocupações com as instalações militares de Tancos.
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