“Foi muito mal comunicada e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa comunicação seja recomposta”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas no final de uma comissão parlamentar de Saúde e questionado pela agência Lusa sobre a questão da transferência da sede do Infarmed.
O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento – Infarmed sairia de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, durante uma conferência em Lisboa, tendo apanhado de surpresa os trabalhadores da instituição.
Campos Fernandes adiantou ter sido, ele próprio, “o primeiro a dizer ao primeiro-ministro” que esta questão tinha sido mal comunicada.
“Mas em política, a humildade e a capacidade de reconhecimento do erro não deve servir para nos desviar de um caminho”, afirmou.
O ministro continua a dizer que a decisão política de transferir a sede do Infarmed já estava tomada há mais tempo e recusou comentar a entrevista da presidente do organismo, que disse nunca ter percebido que se tratava de uma decisão, mas antes de uma intenção.
Adalberto Campos Fernandes sublinhou a importância da apreciação “com serenidade”, que se seguirá, ao nível, material, técnico e científico
O ministro reiterou que os trabalhadores do Infarmed “não serão prejudicados”, mas sim “ouvidos” e “envolvidos”.
Sobre esta descentralização, o governante recordou que o Ministério da Saúde está a trabalhar há dois anos na descentralização de outros serviços, dando o exemplo de organismos que já contam com delegações fora de Lisboa, como o Instituto Português do Sangue (IPS) ou os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
“Muitos de nós falam da necessidade de mudança, mas verdadeiramente poucos querem mudar”, disse, declarando que a candidatura à Agência Europeia do Medicamento revelou que Portugal tem “a Norte um polo competitivo em termos académicos, científicos e que a fileira do medicamento a Norte é poderosa”.
“As pessoas não querem mudar e há uma visão central do país, uma visão egoísta e que considera que o país em matéria de diferenciação se esgota em Lisboa”, acrescentou.
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