“O Governo está empenhado num diálogo sério com os profissionais de saúde”, começou por responder Manuel Pizarro, para justificar que não pode fazer na Assembleia da República o diálogo que fará numa mesa negocial.

O ministro da Saúde falava no parlamento durante um debate de urgência requerido pelo PSD sobre os problemas registados no Serviço Nacional de Saúde nas últimas semanas, que se realizou na véspera de mais uma ronda negocial com os sindicatos que representam os médicos.

Ao longo do debate, o ministro foi questionado por todas as bancadas parlamentares sobre que respostas propõe o Governo para os problemas vividos no Serviço Nacional de Saúde, sobretudo nas urgências hospitalares, e que o PSD classificou como catástrofe, enquanto o Chega optou pela palavra caos.

No entanto, e depois de ter ouvido cada um dos partidos antes de fazer a sua intervenção, Manuel Pizarro reconheceu problemas, mas recusou o cenário descrito, afirmando que os hospitais estão mesmo a realizar mais consultas de urgência face à média do primeiro semestre.

Por outro lado, e em resposta ao PSD, rejeitou qualquer obsessão ideológica, “a não ser a de garantir um SNS universal e tendencialmente gratuito”. “Só há um partido que, estando no governo, fez contratos de parecerias público-privadas e esse partido não é o seu”, acrescentou.

Obsessão, considerou o ministro, tem a Iniciativa Liberal: uma “obsessão que não tem limite de que tudo se resolveria se fosse um sistema privado”.

No final do debate, o PSD considerou que o Governo “não trouxe verdadeiras soluções” e deixou um alerta.

“Se nada for feito, o SNS não morrerá mas definhará, transformando-se cada vez mais num SNS dos pobres”, disse o deputado Rui Cristina, assegurando que no próximo Orçamento os sociais-democratas voltarão a apresentar algumas das medidas já ‘chumbadas’ pelo PS nesta área.