Adalberto Campos Fernandes falava na cerimónia que assinalou a reabertura do internamento de Medicina Interna na unidade de Tomar do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), serviço cujo encerramento, no âmbito da reorganização realizada em 2012, motivou o protesto de populações e autarcas da região, num momento de “tensões e incompreensões” que o ministro hoje recordou.
Referindo-se à resposta dos cuidados de saúde primários na região – “apenas a 16 médicos de família de ter uma cobertura plena” -, o ministro disse esperar que o objetivo de ter toda a população do país com médico de família possa ser alcançado até ao final de 2017.
Adalberto Campos Fernandes afirmou que aos mais cerca de 100 médicos de família que serão colocados em novembro se juntarão em 2017 os 400 jovens médicos que concluirão a especialidade.
“O número de médicos que vão completar especialidade no próximo ano é muito significativo, suplanta largamente o número de aposentados, e a expectativa é que, no final do ano [2017], se não estivermos a 100 por cento estaremos a 90 e muitos por cento”, declarou.
Por outro lado, adiantou, está a ser desenvolvido o projeto para a formalização da figura do enfermeiro de família.
Para o ministro, a seguir à quantidade a aposta é na qualidade, pelo que referiu a “prática política” do atual Governo de promover a gestão partilhada de recursos, a afiliação, a cooperação e a entreajuda entre hospitais, em particular com os “grandes porta-aviões”, como são os de Coimbra e Lisboa para esta região.
Questionado sobre a partilha das três unidades do CHMT (Tomar, Abrantes e Torres Novas) com o Hospital de Santarém (que tem já um acordo para internamentos de medicina interna em Torres Novas), Adalberto Fernandes disse que está “a correr muito bem”.
O ministro realçou o facto de nunca antes ter sido confrontado com uma “manifestação formal de reivindicação” para que um Conselho de Administração continuasse a exercer funções, como aconteceu esta semana por parte da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, que pediu a renovação do mandato da atual administração, que termina a 31 de dezembro.
“Isto é um sinal ou um sintoma de que o mundo está a mudar ou estamos a entrar num domínio em que as cumplicidades importam mais que as diferenças políticas, ideológicas, profissionais, e esta região do país, que foi durante tanto tempo martirizada por divisões, tensões, incompreensões, que tanta vez pôs este Centro Hospitalar nas notícias pelas piores razões, tem hoje motivos para celebrar um momento de viragem”, afirmou.
Para o ministro, a atração de médicos para o interior faz-se “trabalhando o prestígio, a reputação e a qualidade do ambiente interno, a relação entre as pessoas e também alguma inovação em equipamentos e em processos”.
No caso do CHMT, referiu ainda a importância da relação com as Forças Armadas, pela existência na região de várias infraestruturas da Defesa (nomeadamente em Tancos e em Santa Margarida), e saudou os contributos do presidente do Conselho Consultivo, Luís Valença Pinto.
“A saúde é também criação de valor no território”, disse, apontando o plano hoje aprovado em Conselho de Ministros para a revalorização do interior.
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