A Zero anunciou hoje que interpôs uma providência cautelar contra o que considera ser uma ocupação ilegal do terreno, e João Pedro Matos Fernandes contrapõe que "só por estultice é que uma coisa dessas pode ser feita".

"Não me conformo que haja pessoas com responsabilidades que achem normal a existência de 30 mil metros cúbicos de matéria orgânica que estão a gastar oxigénio que é necessário à vida no rio", declarou aos jornalistas à margem de um fórum sobre energia sustentável que começou hoje no Convento do Beato, em Lisboa.

No entender da Zero, a operação em causa implica a realização de ações interditas na área protegida do monumento natural das Portas de Ródão, como a alteração da topografia do terreno, a destruição de vegetação e a deposição de resíduos e a descarga de efluentes.

Matos Fernandes afirma que o Governo, que tomou posse administrativa do terreno, recolheu "todos os pareceres necessários" para fazer do terreno depósito temporário.

"Não há perigo nenhum" para a área protegida, garantiu, referindo que os resíduos serão colocados em sacos "completamente isolados" que serão deixados na margem para que os sedimentos sequem, podendo depois ser depositados em aterros ou aproveitados pelos agricultores para "enriquecer os solos".

A associação ambientalista Zero considera que “não foram devidamente estudadas alternativas de localização exteriores à área protegida, nomeadamente, os terrenos industriais da empresa Celtejo”.

A Zero considerou também que a “resolução do Conselho de Ministros ignorou o facto de esta operação de tratamento de resíduos estar obrigatoriamente sujeita a avaliação de impacte ambiental”.

O ministro referiu que o local, um antigo areeiro, "não tem coberto vegetal", reforçando que a iniciativa da Zero é "inenarrável e indescritível".