“Eu já fiz muito rapidamente o exercício mental olhando para as perguntas. Não tenho dúvida nenhuma de que posso responder a esse questionário sem problemas”, declarou, quando questionado, em Bruxelas, sobre se estaria disponível a responder ao questionário, recentemente criado pelo Governo, embora este se destine apenas a futuros secretários de Estado e ministros, e não a governantes já em funções.
Em declarações à imprensa à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia, João Gomes Cravinho também comentou a notícia da véspera da CNN Portugal de que é sócio de uma sociedade imobiliária, cujo fundador, António da Silva Barão, esteve envolvido num negócio imobiliário que lesou o fundo de resolução do Novo Banco (NB) em 260 milhões de euros, considerando que associação feita é “inteiramente difamatória”.
“Queria desde já dizer que é inteiramente difamatória a associação a uma pessoa que era um antigo proprietário da empresa que foi adquirida. É uma pessoa que eu não conheço, com quem nunca tive nenhum contacto, e nenhum dos sócios o conhece nem teve qualquer contacto com ele”, começou por explicar.
João Gomes Cravinho admitiu, por outro lado, que conhece “há muitos e muitos anos” outro sócio da empresa de gestão imobiliária Eurolocarno, Marcos Lagoa, que, segundo a CNN Portugal, já foi condenado por fraude fiscal, mas garantiu que “desconhecia qualquer problema judicial ou fiscal que pudesse ter” e sublinhou que não tem nada a ver com esses problemas.
“A partir de 2015, efetivamente tornei-me sócio desta empresa, nunca tive nenhuma responsabilidade de gestão, e venho a saber ontem [domingo] que aparentemente um dos sócios teve problemas de natureza fiscal. Desconhecia por inteiro, mas quero sublinhar que esses problemas nada têm a ver com a empresa e muito menos comigo”.
“Não há qualquer tipo de ligação entre mim e eventuais problemas de natureza judicial que possam existir. A própria empresa nunca teve qualquer tipo de problema legal, tem os impostos em dia, não tem dividas à segurança social. E, desde o momento de entrada no Governo, nas sucessivas declarações ao Tribunal Constitucional, declarei ter uma participação de 20%, e não maioritária, como inicialmente se disse”, completou João Gomes Cravinho.
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