"O Orçamento será apresentado pelo novo Governo até 90 dias depois da sua tomada de posse. O que posso dizer é que neste Governo, todos os anos, o Instituto Camões teve um reforço orçamental para a promoção da língua e da cultura portuguesa", afirmou Augusto Santos Silva.

O governante, que falava à margem do colóquio sobre o centenário da língua portuguesa, que decorre até sábado na Universidade de Sorbonne, em Paris, ironizou esperar que o próximo ministro, ele próprio, "tenha condições para fazer o mesmo" reforço orçamental.

"Eu conhecendo bem o ministro, acho que ele vai fazer tudo para continuar esse esforço", acrescentou.

Além do ministro português, estiveram na abertura do colóquio os embaixadores acreditados dos países lusófonos em França, assim como professores e alunos da língua portuguesa.

O colóquio acontece no dia a seguir à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) ter aprovado o Dia Mundial da Língua Portuguesa, "um passo enorme" para que o português se torne uma das línguas oficiais da ONU, segundo o governante português.

"É um passo enorme porque consolida a importância do português. [...] Nós continuamos a fazer um caminho, que é um caminho de décadas, não é uma coisa que se consiga de um dia para o outro, e a nossa ambição é que algum dia o português se possa reunir ao árabe, ao chinês, ao russo, ao espanhol, ao francês e ao inglês como uma das então sete línguas oficiais das Nações Unidas", disse o ministro.

No discurso inaugural do colóquio, que reúne dezenas de falantes de português numa das principais universidades francesas, Augusto Santos Silva sublinhou ainda que a importância da língua depende de vários fatores, nomeadamente da literatura.

"A força de uma língua não depende só da geografia e da demografia, também não existe apenas pela dimensão da sua utilização quotidiana. A força de uma língua mede-se de forma determinante pela força da literatura que a exprime e a transforma", frisou o ministro.

Entre os temas do colóquio está a importância das comunidades lusófonas em França, o desenvolvimento do ensino do português em França ou ainda o português como língua de criação e encontro de culturas.