“Alguns, na esquerda, tiveram de esperar que se passasse o que se passou com o Presidente Lula – e depois com o candidato Lula – para se darem conta que houve um golpe de Estado no Brasil. Um golpe feito pela corrupção. Não foi um golpe de Estado golpe militar. Foi um golpe de Estado dos corruptos”, disse Jorge Arreaza.

O ministro (do Poder Popular) para as Relações Externas da República Bolivariana da Venezuela falava na Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, no edifício da sede da central sindical CGTP, em Lisboa.

Numa auditório cheio, com cartazes onde se lia “Solidariedade com a Revolução Bolivariana”, Arreaza atacou “o imperialismo norte-americano” na América Latina, que disse estar por detrás dos “bloqueios económicos e financeiros” à Venezuela e outras ações nos países latinos vizinhos.

“Vocês pensam que por detrás do golpe contra Dilma Roussef, no Brasil, não estão os Estados Unidos? O presidente que mais abertamente disse que não reconhece o governo do Presidente Temer, no Brasil, foi Nicolas Maduro. Retirámos o embaixador, não reconhecemos um golpe de Estado”, disse o ministro Arreaza.

O responsável venezuelano sublinhou ainda que a Venezuela é usada pelos governos de outros Estados – como o Brasil ou a Colômbia – como “cortina de fumo” para esconderem os seus próprios problemas.

“No Brasil há um presidente ilegítimo. E de quem se fala? De Maduro. Na campanha eleitoral na Colômbia, qual é o problema da Colômbia? Venezuela e Maduro. [O senador e ex-Presidente colombiano Álvaro] Uribe não diz três frases sem falar na Venezuela”, acusou Arreza.

“Castro-comunismo e Maduro. É uma coisa obsessiva, para distrair dos problemas, afirmou Arreza na sua participação numa sessão de solidariedade com a Venezuela.

Em alguns países, para distrair o povo, para adormecê-lo, utilizam o futebol. Na América Latina usam a Venezuela. E em Espanha usam os dois [futebol e Venezuela]”, completou o ministro, motivando uma gargalhada na sala.

A sessão de solidariedade para com a revolução bolivariana foi uma iniciativa do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), com a presença de vários embaixadores latinos – incluindo o da Venezuela – e da presidente da Direção Nacional do CPPC, Ilda Figueiredo.