“Quero quebrar a narrativa de que estou ausente por vontade própria da iniciativas de diálogo, estou aqui em carne e osso para dizer que se querem negociar, dialogar comigo, querem ir à mesa de negociações estou aqui presente para o diálogo”, disse Mondlane, em declarações aos jornalistas pouco depois de aterrar em Maputo.

O candidato presidencial que lidera a contestação às eleições gerais de 09 de outubro justificou ainda o seu regresso com o facto de não poder continuar fora do país quando o povo “está a ser massacrado”.

“Eu acho que não posso estar ao fresco, bem protegido, quando o próprio povo, que está no suporte da minha candidatura, dos meus valores, está a ser massacrado”, disse.

“Apercebi-me que o regime optou por uma estratégia de criar uma espécie de genocídio silencioso, as pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, estão a ser executadas extrajudicialmente nas matas, estão a ser descobertas as valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane”, acrescentou o candidato.

Mondlane deixou o aeroporto, zona sob um forte dispositivo de segurança, em direção ao centro da capital moçambicana e a comitiva está a ser acompanhada por centenas de pessoas a pé.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

Mondlane chegou hoje a Maputo após dois meses e meio no exterior

O candidato presidencial Venâncio Mondlane chegou esta manhã a Maputo, praticamente dois meses e meio depois de deixar o país, tendo afirmado que com o seu regresso a Moçambique "não precisam de o perseguir mais".

“Estão a matar os meus irmãos, estão a sequestrar os meus irmãos”, disse Venâncio Mondlane, ao anunciar, no domingo, o seu regresso ao país, precisamente três meses depois das eleições gerais moçambicanas, realizadas em 09 de outubro de 2024.

Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições, anunciou ainda que o seu regresso marca o início da nova fase de contestação pós-eleitoral que denominou de “Ponta de lança”.

“Se quiserem-me assassinar, assassinem. Se quiserem prender-me, prendam. Sei que na minha queda a fúria popular que se vai verificar em Moçambique não tem comparação na história de África e de Moçambique”, disse.

Venâncio Mondlane, que está fora de Moçambique, alegando questões de segurança, desde 21 de outubro, quando começaram as manifestações pós-eleições, disse que regressa através do aeroporto internacional de Maputo, às 08:05 locais (06:05 de Lisboa) de 09 de janeiro.

“Então agora quero-vos dizer o que é ‘Ponta de lança’ [nova fase da contestação], quinta-feira, dia 09 de janeiro, às 08:05, pontualmente, eu, Venâncio Mondlane, vou estar no aeroporto internacional de Mavalane [Maputo]. Eu venho a Moçambique”, afirmou, garantindo que a sua ausência permitiu que as manifestações e protestos avançassem.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

“Não estive fora de Moçambique por medo, se estão a matar os nossos irmãos, se estão a destruir lojas dos nossos irmãos, estão a queimar bombas de combustíveis, estão a destruir armazéns, estão a queimar fábricas, alegando que são manifestantes quando não são, para criar ódio entre os irmãos, então se é por mim, se é por causa do Venâncio, então o Venâncio estará quinta-feira, às 08:00, no aeroporto internacional de Mavalane”, afirmou, apelando à população para o receber no aeroporto de Maputo.

O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente, que sucede a Filipe Nyusi.

Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.

O anúncio levou de imediato a novos confrontos, destruição de património público e privado, manifestações, paralisações e saques, mas na última semana, sem novas convocatórias de protestos, a situação normalizou-se em todo o país.

O Tribunal Supremo já afirmou, anteriormente, que não há qualquer mandado de captura emitido para Venâncio Mondlane nos tribunais, mas o Ministério Público abriu processos contra o candidato presidencial, enquanto autor moral das manifestações, só em Maputo cidade e Maputo província, de mais de dois milhões de euros, alegando prejuízos na destruição de infraestruturas públicas.

Chegada a Maputo sob fortes medidas de segurança, tiros e gás lacrimogéneo nas imediações

O candidato presidencial Venâncio Mondlane chegou hoje cerca das 08h20 a Maputo depois de dois meses e meio a liderar a contestação aos resultados das eleições gerais a partir do exterior e sob fortes medidas de segurança na zona do aeroporto.

Desde há mais de duas horas têm-se intensificado os tiros, de gás lacrimogéneo e de metralhadora, nas imediações do aeroporto, onde os apoiantes de Mondlane estão concentrados e a tentar furar os acessos, que estão bloqueados e fortemente vigiados pela polícia e por militares.

Fonte próxima do candidato disse à Lusa que Mondlane pretende sair do aeroporto e dirigir-se ao centro da cidade para “falar com o povo”.

Mondlane anunciou que o seu regresso ao país marca o início da nova fase de contestação aos resultados das eleições gerais de 09 de outubro, que denominou de “Ponta de lança”.

“Se me quiserem assassinar, assassinem. Se quiserem prender-me, prendam. Sei que na minha queda a fúria popular que se vai verificar em Moçambique não tem comparação na história de África e de Moçambique”, disse.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente, que sucede a Filipe Nyusi.

Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.

O anúncio levou de imediato a novos confrontos, destruição de património público e privado, manifestações, paralisações e saques, mas na última semana, sem novas convocatórias de protestos, a situação normalizou-se em todo o país.

O Tribunal Supremo já afirmou, anteriormente, que não há qualquer mandado de captura emitido para Mondlane nos tribunais.

Mas o Ministério Público abriu processos contra o candidato presidencial, enquanto autor moral de manifestações que, só na província de Maputo terão causado prejuízos, devido à destruição de infraestruturas públicas, no valor de mais de dois milhões de euros.

*Com Lusa