“Quando cheguei [à Câmara de Lisboa], a minha preocupação foi limitar os custos. Fui eu que disse que a Câmara de Lisboa não ia gastar mais do que 35 milhões de euros”, disse Carlos Moedas (PSD).

O autarca falava aos jornalistas à margem da cerimónia evocativa por ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto, no Capitólio, em Lisboa.

Questionado acerca da polémica com os custos do altar-palco (superior a quatro milhões de euros) onde o Papa vai celebrar a missa final, Carlos Moedas disse estar disponível para rever projetos e custos e que fará “a vontade do Presidente da República e da Igreja”.

“Aceitarei, farei e ajudarei”, garantiu o autarca.

Desvalorizando a polémica criada com os custos do altar-palco, o presidente da Câmara de Lisboa disse que há que ter “sentido de perspetiva”, exemplificando que o Governo vai gastar cerca de oito milhões de euros “entre casas de banho e écrans”.

“Se é quatro milhões, se é três milhões, se é cinco milhões, aquilo que o presidente da câmara se comprometeu é que não custará mais do que 35 milhões”, salientou.

O autarca criticou ainda as declarações do coordenador do grupo de projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, que disse hoje à Lusa ter ficado surpreendido com o valor previsto para a construção do altar-palco, garantindo que existiam soluções “mais baratas”.

“Penso que esse senhor não está informado e está muito alheado da realidade. Não conheço esse projeto, nem vou entrar em polémicas, mas penso que é muito triste quando alguém responsável vem apresentar números errados”, afirmou.

Lembrando várias vezes que faltam 186 dias para o início da JMJ, o presidente da Câmara de Lisboa defendeu que o importante é trabalhar para ter tudo pronto a tempo.

“Aquilo que prometo aos lisboetas é que nesse dia vai estar tudo pronto, mas têm de me dar condições para o fazer. Nós vamos ter um palco em que vamos estar com mais de 190 países a olhar para Portugal. Vamos ser o centro do mundo. Naquele momento, Lisboa vai ser o centro do mundo. E isso tem um valor enorme”, frisou.

O autarca insistiu na ideia de que a JMJ é um investimento e exemplificou com o caso espanhol, que investiu 60 milhões de euros no evento e teve um retorno de 350 milhões.

Aos jornalistas, Carlos Moedas disse ainda que tem “muito orgulho” em organizar este evento “único e extraordinário”, que também vai transformar a zona a norte do Parque das Nações e o rio Trancão.

No final, Carlos Moedas assumiu todas as responsabilidades pela organização da JMJ.

“Dou o corpo às balas. Estou aqui com coragem a assumir aquilo que é um evento único para Lisboa. Não vamos ter outro com esta dimensão”, insistiu.

A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.