“Eu penso que o líder da AD [Aliança Democrática, formado por PSD, CDS e PPM] foi claro, assim como eu como presidente da câmara fui claro: não governo com o Chega e a AD não governa com o Chega”, disse Carlos Moedas aos jornalistas, no final da inauguração do novo funicular da Graça, que liga o bairro à Mouraria.
Carlos Moedas respondia assim aos jornalistas, quando questionado sobre declarações à Antena 1 do presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, que defendeu hoje conversações com o Chega para formação do novo Governo de direita.
O autarca considerou que as eleições legislativas de domingo foram “um momento único” de “mudança de ciclo para o país e que, agora, aqueles que ganharam vão formar Governo”.
O presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que os portugueses “não querem andar de eleição em eleição”, mas que querem “um governo estável, com o projeto claro da AD que ganhou as eleições”.
Carlos Moedas lembrou que os partidos que “têm responsabilidade no parlamento vão fazer o que têm de fazer e [decidir] se querem ou não um governo que mude de ciclo”.
“É ele [Luís Montenegro] que vai ser o primeiro-ministro, é da responsabilidade do PS, do Chega e dos outros partidos" o apoiar, sublinhou.
Carlos Moedas reiterou o seu apoio ao líder do PSD, reiterando haver “clareza” no seu programa para “clareza de uma mudança de ciclo", liderada por Montenegro.
“Tem um programa, os deputados sejam do PS e do Chega vão ter de aceitar ou não o programa e vão ter de discutir na Assembleia [República], mas será um Governo AD e de Montenegro”, frisou.
A Aliança Democrática, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
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