Ontem viu-se a primeira manifestação contra a Jornada Mundial da Juventude, mais propriamente contra o dinheiro gasto na JMJ. A obra teve a autoria do artista Bordalo II, uma passadeira com notas de 500 euros para, segundo o artista, mostrar o despesismo com um evento católico num Estado laico.

Ora, não foi preciso muito tempo para que a obra de Bordalo II se tivesse tornado mais que isso e tenha começado uma discussão acerca da segurança do espaço, que permitiu que desconhecidos e um objeto estranho ali entrassem sem dificuldade alguma. Imediatamente, o Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, reagiu para apurar responsabilidades. E depois todos os factos apurados a culpa, afinal, foi do empreiteiro.

Mas enquanto o país andava no passa culpas, o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, imbuído do espírito do evento ironizou e quis um KO técnico, levando também Bordalo II ao tapete, mas sem magoar. O edil de colete amarelo, filmado de costas, mimetizou o ato. Contudo, com um tapete muito mais pequeno e com uma mensagem mais pacífica. Moedas publicou, tal como o artista, o vídeo no Instagram e caso dúvidas houvesse da ligação entre os dois, Moedas deixou-o na legenda "Agora sim, o tapete está posto. Aqui, são todos bem-vindos."

Mas este terá sido um dos últimos momentos de expressão livre por aquela zona, uma vez que com ironias ou não a PSP já deu a conhecer que irá criar, antes e durante os eventos principais, perímetros de segurança com diferentes pontos de acesso, onde serão efetuadas revistas por polícias uniformizados e onde serão proibidos cartazes de grandes dimensões ou com mensagens ofensivas.