"Já iniciámos, com forte empenho da Comunidade Intermunicipal de Leiria, um trabalho conjunto entre o meu ministério e o Ministério da Defesa, de avaliação das condições de abertura da Base de Monte Real ao tráfego civil", referiu Pedro Marques durante as jornadas do Millennium bcp.

Segundo o ministro, depois de "muita coisa que se ouviu dizer ao longo dos últimos anos quanto à possibilidade de haver um aeroporto na região Centro", hoje "a iniciativa concreta em curso é a situação de Monte Real".

"Não estamos a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Estamos a avaliar a situação concreta de abertura de Monte Real ao tráfego civil", sublinhou, sem avançar datas, comparando o processo àquele desenvolvido na Base das Lajes, nos Açores.

Pedro Marques relembrou "uma luta longa, de décadas" da região pelo aeroporto.

"Concluímos recentemente, com sucesso, um processo de certificação definitiva de abertura ao tráfego civil da base das Lajes e é um processo dessa natureza que queremos desenvolver aqui em Monte Real".

Em Leiria, perante uma plateia de empresários, o ministro falou ainda nas obras do programa Ferrovia 2020, nomeadamente a construção da nova linha entre Évora e Elvas.

Esta nova linha "está em falta para termos a ligação dos portos do sul a Espanha", a qual "estaremos a adjudicar muito em breve", num investimento "muito grande, de quase 500 milhões de euros", acrescentou.

Pedro Marques recordou obras que vão facilitar as exportações da região, como a intervenção na Linha do Norte e no troço da Linha da Beira Baixa, "que tem estado fechada há cerca de uma década, entre a Covilhã e a Guarda", encarada como "um dos principais circuitos de exportação para o país".

"Estamos ainda a eletrificar toda a Linha do Minho e estamos também a modernizar e reforçar a segurança e capacidade de circulação da chamada Linha da Beira Alta, certamente muito importante também para as exportações desta região", frisou, assinalando a duplicação do investimento na ferrovia, de 2017 para 2018.

Nas jornadas do Millennium bcp, Pedro Marques apresentou um quadro de "dois anos de convergência com a média europeia, em matéria de crescimento económico".

"Vamos para o terceiro ano de convergência e dois anos de redução do peso da dívida pública no PIB, e vamos para o terceiro ano de redução", disse ainda o governante.

"Mas temos ainda muito por fazer. Temos um país a recuperar do que foi o lastro negativo desta crise", salientou, destacando que "a mudança de política económica resultou".

Pedro Marques defendeu que, "independentemente do enquadramento externo, que é sempre complexo, o país está a fazer a parte que lhe cabe" e recordou o caso de Leiria, onde, "tal como em mais partes do território nacional, já se sente falta de mão de obra".

"Temos já migrações económicas, outra vez, por causa de situações como a que acontece neste distrito, mas também no Alto Minho, que é outro caso", apontou.

"A maior riqueza que deixamos é este crescimento extraordinário do emprego, que é o maior objetivo da política económica de qualquer Governo", conclui o ministro Planeamento e Infraestruturas.