“O que interessa aos portugueses é: 1) Doutor António Costa falou ou não falou com o ex-governador do Banco de Portugal sobre esta matéria? É verdade ou não é verdade que o contactou?”, começou por questionar Luís Montenegro, avançando para a segunda pergunta que disse ter para fazer a António Costa, “olhos nos olhos, independentemente das ações que ele possa interpor contra o doutor Carlos Costa” e “daquilo que vier a ser a tramitação processual desses impulsos” do primeiro-ministro.
“Doutor António Costa, sendo verdade que o contactou, foi ou não foi no sentido de evitar que a engenheira Isabel dos Santos não fosse afastada de administradora ou então da componente acionista do BIC?”, disse.
No entender de Luís Montenegro, que presidia à tomada de posse do presidente da distrital de Viseu do PSD, Carlos Silva, os portugueses têm de “saber a verdade, independentemente das ações que o doutor António Costa queira mover contra quem quer que seja”.
“O primeiro-ministro de Portugal interveio ou não neste assunto? Quis ou não quis proteger a engenheira Isabel dos Santos? É isso que os portugueses querem saber e eu quero daqui desafiar o doutor António Costa a responder. Fez o contacto ou não fez? E se fez, foi ou não foi no sentido de manter a posição que a engenheira Isabel dos Santos tinha naquela instituição financeira?”, reforçou.
Luís Montenegro, ao longo de uma intervenção de meia hora, lembrou ainda “todos os casos em volta do primeiro-ministro” que têm surgido, “desde março até agora” como “o segundo ministro da Saúde neste Governo”, exemplificou.
“Só há uma coisa em que o primeiro-ministro está muito rápido, é em degradar as condições de governabilidade, em degradar a autoridade política dos seus membros de Governo. Nisso, o PS está mesmo muito rápido, infelizmente”, lamentou o líder do PSD.
Luís Montenegro destacou também a demissão, esta semana do secretário de Estado Adjunto, “que não é um secretário de Estado qualquer”, já que “funciona no gabinete do primeiro-ministro e só tem uma competência: a de ajudar o primeiro-ministro”.
“Todos estes casos devem-se a muitas circunstâncias, mas não é ao PSD. Não vale a pena virem acenar que o PSD e a oposição falam de casos e casinhos. Não. Os casos são eles que os criam e foram sempre eles que os criaram”, apontou Montenegro que considerou que “não vale a pena o PS vitimizar-se”.
Enumerou “todos os casos que retiram autoridade política ao Governo” e lamentou que o país tenha “um Governo que tem a maioria absoluta, que dispõe de todas as condições e de todos os instrumentos” mas que “não consegue manter-se coeso”.
“Se não consegue manter-se minimamente estruturado, liderado mesmo, se não consegue ter nenhuma capacidade ou vontade reformadora e transformadora, é por sua exclusiva responsabilidade e essa responsabilidade nós temos a obrigação, em nome do povo português de exigir ao PS”, defendeu.
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