No âmbito da iniciativa ‘Sentir Portugal’, esta semana dedicada ao distrito de Lisboa, Luís Montenegro jantou na quinta-feira à noite com jovens da JSD e de entidades educativas, num restaurante à beira-rio na capital.
O jantar decorreu num formato inspirado no modelo de encontros rápidos (‘Speed Dating’), com o presidente do PSD a dividir o tempo da refeição pelas seis mesas de jovens.
No final, respondeu durante cerca de uma hora a perguntas, parte delas em modelo de resposta sim ou não – Montenegro só tinha de levantar o cartaz do lado verde ou vermelho, podendo acrescentar uma breve explicação - em que foi questionado, por exemplo, se concordava com a legalização da canábis para fins recreativos, no dia em que a Iniciativa Liberal deu entrada no parlamento de um projeto-lei com esse objetivo.
“Não, não concordo. Compreendo a discussão, mas tenho a convicção e também o apoio do ponto de vista dos estudos e investigações, segundo os quais a permissão neste domínio pode ser uma porta aberta a que se criem adições e enquadramentos de uso excessivo dessas substâncias que desemboquem em problemas para a saúde”, respondeu, ressalvando concordar com o seu uso “para fins medicinais”.
E à pergunta “em jeito de brincadeira” se “alguma vez recusou uma chamada do Presidente da República”, Montenegro levantou o cartão verde e respondeu: “Sim, ia a dizer em que circunstâncias, mas não vou dizer”, afirmou, entre gargalhadas dos presentes.
“Fica para quando for eleito como primeiro-ministro”, respondeu o responsável pelas perguntas rápidas, Vasco Neves Garcia, líder da concelhia de Lisboa da JSD.
Nesta fase de respostas de sim ou não, Montenegro garantiu que nunca votou em outro partido sem ser o PSD, admitiu não saber se teria chegado onde chegou na política se fosse mulher – “admito que fosse mais difícil” – e concordou que o PSD precisa de se “reinventar e regenerar” em termos comunicacionais, dizendo que esse esforço já está a ser feito.
Os jovens ficaram também a saber que Montenegro saiu de casa dos pais aos 28 anos, e que, até “aos dez ou onze”, ainda acreditou que podia fazer carreira como futebolista.
“E já lhe deu vontade de dar uma canelada a alguém? Claro que sim, e já dei algumas”, confessou.
Na fase das perguntas e respostas mais prolongadas, Montenegro falou sobre segurança social, setor em que admitiu ser difícil “sentar-se à mesa com o PS” para discutir o tema, que diz ter-se tornado assunto “de muita demagogia e tática eleitoral”.
“Mas também quero dizer com clareza, não é assunto que iremos pôr na agenda. Mais importante é garantir que temos recursos humanos para criar riqueza e alimentar o sistema de segurança social”, afirmou, reiterando a importância de atrair mão-de-obra imigrante.
Na área do sistema político, considerou ser necessário equilibrar o critério da densidade populacional com o da dimensão do território e voltou a defender a ideia de avaliar o desenvolvimento de um país pelo chamado índice de felicidade.
“Sou apologista que devemos encarar o efeito das políticas públicas não exclusivamente pela capacidade de gerar riqueza económica”, considerou.
A iniciativa ‘Sentir Portugal’ foi um compromisso assumido por Luís Montenegro no 40.º Congresso do PSD de passar uma semana por mês nos diferentes distritos do país, que termina hoje no distrito de Lisboa com passagens pelos concelhos de Sintra e Mafra.
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