“Luís Montenegro quer fugir do debate com Paulo Raimundo sobre a situação do país, as soluções e respostas para os problemas nacionais”, acusa o PCP em comunicado, referindo-se ao frente-a-frente, agendado para este sábado na RTP1, entre o secretário-geral do PCP e o presidente do PSD.
À Lusa, o PCP afirmou ter tido a indicação de que o PSD pretende que seja o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, a participar no debate deste sábado entre a CDU e a Aliança Democrática (AD, coligação composta por PSD, CDS-PP e PPM), ao contrário de Luís Montenegro, como estava inicialmente previsto.
O Diário de Notícias noticiou esta tarde que o PSD pretende que Luís Montenegro seja substituído por Nuno Melo nos debates com a CDU e com o Livre (agendado para 17 de fevereiro).
No comunicado, o PCP considera que, “depois de acordado um modelo de debates entre as televisões e os partidos com representação parlamentar, o PSD e o seu presidente querem agora esconder-se e esconder o seu projeto atrás de pretextos”.
“Luís Montenegro sabe que o PCP não deixará esquecer o papel que assumiu enquanto presidente do Grupo Parlamentar do PSD no período do assalto da política da ‘troika’ a direitos, salários e pensões, assim como sabe que foi o PCP, e a luta dos trabalhadores e do povo, o mais firme e determinado obstáculo e opositor a essa política”, referem os comunistas.
Para o PCP, “é este debate que Luís Montenegro recusa”.
O partido considera que, “com a fuga a este debate”, o líder social-democrata quer esquivar-se “a ser confrontado a partir do concreto, e para lá das promessas, com o que quer manter escondido quanto a questões decisivas como as da política salarial, valorização das pensões, direitos dos trabalhadores, direito à habitação, defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Para os comunistas, “são temas cruciais em que com elevada probabilidade não encontrará quem como o PCP e como a CDU o confrontará com o seu passado e o forçará a revelar as suas reais intenções”.
“Percebe-se que Montenegro queira fugir ao embate com opções e soluções de esquerda. Mas essa atitude não só empobrece o debate político como é revelador da necessidade do PSD em esconder o seu verdadeiro projeto”, criticam.
O PCP ressalva, contudo, que não “facilitará essa intenção” e acrescenta que “os debates foram organizados sobre determinados pressupostos”.
“Independentemente da avaliação crítica sobre o modelo, notoriamente favorecedor de uns face a outros, esta intenção do presidente do PSD agrava esta realidade. Não será por parte do PCP e da CDU que esse momento clarificador de debate não se realizará”, refere-se.
Os comunistas acrescentam ainda que “a CDU é a verdadeira força do combate à direita e à política de direita, que foi e será determinante para barrar o caminho à política e projetos que empobrecem a vida dos trabalhadores e do povo, acentuam desigualdades, amputam direitos”.
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