“Os militantes do PSD podem continuar a contar comigo. Eu não tenho feito nada para andar na guerrilha, nem na beligerância, contribuirei agora para a unidade do PSD e, tanto eu como os meus apoiantes, daremos todas condições ao doutor Luís Montenegro para liderar o PSD com a sua moção e a sua equipa”, afirmou, na declaração final na sede de campanha, em Oeiras (Lisboa).
“Nunca me peçam para abdicar da minha liberdade e da minha autonomia de pensamento”, acrescentou, contudo.
Na fase de perguntas e, questionado se admite recandidatar-se à liderança no futuro, Moreira da Silva deixou sempre essa possibilidade em aberto.
“Acabei de perder a eleição, não me está a pedir para dizer o que farei daqui a dois, quatro, oito ou dez anos […]. Neste momento, sou militante de base, não me peça para dizer quando tenho 51 anos que nunca mais me vou apresentar a nenhuma eleição”, frisou, recebendo muitos aplausos das dezenas de apoiantes presentes na sede de candidatura.
Já sobre o que pretende fazer pela unidade do partido, o antigo ‘número dois’ do PSD quis reservar algumas respostas sobre o seu futuro para o Congresso, mas afastou a hipótese de desempenhar quaisquer funções executivas na nova equipa de Luís Montenegro, dizendo que tal “não faria sentido”.
“Eu estou na minha bicicleta, o doutor Luís Montenegro está na sua, fazemos parte da mesma equipa do PSD […]. Nunca me passou pela cabeça saltar para a sua bicicleta, o que interessa é que a equipa se possa mobilizar para vencer europeias, autárquicas e legislativas”, apontou.
Moreira da Silva insistiu que não irá “engavetar” as suas ideias e, instado a concretizar se poderá apresentar uma lista ao Conselho Nacional alternativa à da direção, respondeu: “Ora aí está uma coisa que vão ter de esperar pelo Congresso para eu responder, ainda não tenho resposta para todas as perguntas”.
“Reservarei qualquer posição sobre as funções que possa vir a exercer no congresso, sou delegado ao congresso, nesse congresso tomarei uma posição”, apontou.
Ainda assim, disse esperar que algumas das suas ideias sejam aproveitadas pelo novo líder do PSD, revelando que até alguns apoiantes de Luís Montenegro lhe pediram para continuar a apresentá-las.
“Esta candidatura perdeu uma eleição, mas estas ideias ganharam direito ao futuro”, disse, citando o ‘slogan’ da sua candidatura.
Já sobre o futuro profissional, uma vez que se demitiu do cargo de direção na OCDE para se candidatar a líder do PSD, Jorge Moreira da Silva afirmou que “irá fazer como todos os portugueses” e pensar no que fará a seguir, dizendo não estar preocupado nesse plano.
O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.
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