“É imperioso prosseguir o investimento nas medidas de proteção e segurança dos homens do mar. É também urgente o reforço do investimento público em meios humanos e materiais, de resgate a sinistros marítimos”, afirmou o STCP.

Num comunicado enviado à agência Lusa, alertou que “cada minuto que se perde nas operações de resgate pode significar a perda de muitas vidas”.

Com sede em Peniche, distrito de Leiria, o sindicato, filiado na CGTP, tomou hoje posição sobre o acidente com a embarcação de pesca “Virgem Dolorosa”, ocorrido na madrugada de quarta-feira.

Três tripulantes morreram, 11 foram resgatados e há três desaparecidos, naturais da Praia da Leirosa, na Figueira da Foz, continuando o barco adornado ao largo da Praia do Samouco, concelho da Marinha Grande.

Afirmando que “morrer a trabalhar no mar não é destino”, o STCP expressa condolências e “endereça uma palavra de força” às famílias das vítimas, bem como aos sobreviventes, considerando “urgente o apoio às vítimas e suas famílias e dignificar a profissão”.

“É injustificável que a profissão de pescador não tenha ainda um salário mínimo garantido, deixando cada profissional à mercê das circunstâncias diárias da faina. Simultaneamente, acumulam-se os lucros dos que vivem à custa da especulação do preço do pescado”, criticou.

Nestes "momentos trágicos", segundo o sindicato, "multiplicam-se as declarações de responsáveis políticos sobre a importância da pesca e dos pescadores“.

"Mas a verdade é que ao longo das últimas décadas” tem continuado “o desinvestimento e destruição do setor”, a par da "perpetuação de baixos rendimentos, condições de trabalho indignas e direitos que ficam muito aquém da justiça necessária”, concluiu.