A dois dias do Natal, morreram no país mais 89 pessoas por causa da covid-19. No total, a pandemia já matou 6.343 portugueses. Nas últimas 24 horas também o número de novos casos voltou a disparar, com 4.602 registos, elevando o total para os 383.258, segundo o último relatório da Direção-Geral da Saúde.

Nos hospitais, saíram 105 pessoas do internamento geral, mas há mais três internados em unidades de cuidados intensivos.

Estão ativos 68.469 casos em Portugal, mais 892 do que ontem. Nas últimas 24 recuperaram ainda da doença mais 3.621 pessoas.

O maior número de mortos foi registado na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (+40), vindo depois a região Norte (+32).

O investigador João Paulo Gomes afirmou à Lusa que é “é perfeitamente expectável" um aumento de casos de covid-19 a seguir ao Natal: “Quando andamos de máscaras estamos protegidos, quando contactamos menos com as pessoas estamos protegidos e estamos a proteger os outros”, mas quando as pessoas baixam a guarda eleva-se o risco de transmissão da doença.

No Natal, vai juntar-se “um maior número de pessoas” à mesa “sem qualquer tipo de proteção” eventualmente em várias refeições, o que “vai potenciar sem dúvida nenhuma a transmissão”.

“É normal que isso aconteça, mas honestamente não sei mesmo o que poderia ser feito, porque confinar as pessoas no Natal é de uma agressividade em termos de medidas familiares e sociais enorme e, por outro lado, poderá defender-se que a saúde pública está primeiro”, comentou.

“Portanto, não vou discutir isso, vou só dizer que de facto é um equilíbrio muito complexo este tipo de decisões a serem tomadas”, rematou.

Segundo o investigador, só se irá perceber se “as coisas correram mal ou não” dentro de quinze dias porque o tempo de incubação da doença “é longo”.

O boletim em detalhe

As autoridades de saúde têm em vigilância 87.043 contactos, mais 709 relativamente a terça-feira.

O boletim revela ainda que 3.621 casos foram dados como recuperados.

Desde o início da epidemia em Portugal, em março, já recuperaram 308.446 pessoas.

Relativamente às 89 mortes registadas nas últimas 24 horas, o boletim revela que 40 ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, 32 na região Norte, 14 na região Centro e três no Alentejo.

Segundo o boletim da DGS, a região Norte foi a que registou o maior número de novas infeções por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas (1.811), representando 39,5 por cento do total de casos.

Desde o início da pandemia a região Norte registou 197.768 casos de infeção e 2.973 mortes.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificadas 1.467 novas infeções, contabilizando-se até agora 123.541 casos e 2.196 mortes.

Na região Centro registaram-se mais 791 casos, acumulando um total de 42.462 infeções e 903 mortos.

Já no Alentejo, foram assinalados mais 322 casos, totalizando 9.727 infeções e 176 mortos desde que começou a epidemia em Portugal.

A região do Algarve tem hoje notificados 151 novos casos, somando 6.812 infeções e 64 mortos.

A Madeira registou 38 novos casos. Desde março, esta região autónoma contabiliza 1.332 infeções e 10 mortes.

Na Região Autónoma dos Açores foram registados 22 novos casos nas últimas 24 horas, somando 1.616 infeções e 21 mortos.

Os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registo de maior número de infeções.

O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 172.152 homens e 210.969 mulheres, referem os dados da DGS, segundo os quais há 137 casos de sexo desconhecido, que se encontram sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de forma automática.

Do total de vítimas mortais, 3.299 eram homens e 3.044 mulheres.

O maior número de óbitos continua a concentrar-se nos idosos com mais de 80 anos, seguido das pessoas entre os 70 e os 79 anos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.